Mark Radnai, CEO, e Peter Dikhazi, CTO, são os cofundadores da Theatroo e se é comum na Web Summit verem-se negócios ligados ao setor do entertenimento audiovisual, no que diz respeito ao teatro é mais raro. Mas por isso acreditam que estão no sítio certo, nem que seja tendo em conta a lei da oferta e da procura.
E de procura trata-se o protótipo da plataforma que criaram a partir da Húngria, mas que querem tornar global. "Estamos a construir uma base de dados internacional para os profissionais de Teatro. Eu sou encenador, mas não conheço os artistas de outras nacionalidades, ou os da minha que vivem noutros países", explica Mark. Focando-se de seguida no futuro, "gostaríamos de conectar a indústria, ajudar", e muitas vezes ensina a monetizar e rentabilizar as suas profissões. Ensinando-os, por exemplo, a gerir os roaylties do seu trabalho (ou a exigir royalties pelo seu trabalho) e dar-lhes ferramentas digitais para gerirem o conteúdo diário. No fundo a gerirem a sua carreira".
Contudo, fazem questão de distinguir a proposta que ali apresentam da profissão de um agente, ou de um booker. "Um agente gere o artista, nós conectamos os artistas". No fundo, uma junção entre um Linkedin e um IMDB, mas para profissionais de teatro. "Os profissionais da indústria podem encontrar-se uns aos outros, ter um mostruário dos seus talentos, encontrar co-criadores para os seus projetos. É um portfolio detalhado."
O objetivo é diversificar ao máximo a oferta e criar uma base de dados o mais completa possível. "Nós gostaríamos de ter todo o tipo de profissionais da área: técnicos, cenografistas, coreografos, encenadores, dramaturgos, atores, diretores de palco... ", enumera.
E continua a detalhar os objetivos e desejos, "gostaríamos de dar mais visibilidade à profissão, esse para nós é o objetivo mais importante. Especialmente para as novas gerações que consomem muito conteúdo em casa, nos seus dispositivos. E o conteúdo que criamos não está disponível nos seus aparelhos." E continua, mais que a fazer um pitch, como quem partilha uma paixão, "há 50 mil teatros na europa, mas para ver o conteúdo que lá é criado tem que se sair de casa". E, por isso, também é importante que essas salas estejam na plataforma. Mas no pitch que fazem na Web Summit dizem quem em 2029 "em vez dos palcos, o meio para mostrar artes performativas será a realidade virtual, através desta ferramenta, as pessoas podem fazer, de forma natural, parte de histórias a partir das suas casas pelo mundo inteiro ao mesmo tempo".
E se querem dar visibilidade à profissão, sabem que precisam de dar visibilidade a este site que exibem num browser aberto no Ipad. "Nós queremos feedback, sabemos que não é comum este tipo de negócio aqui. Temos também que ir a festivais de teatro, mas antes precisávamos de saber quem eram os concorrentes e os parceiros na área tecnológica". E olhando em volta para os temas dos vizinhos empreenderores, refletem: "Estamos sozinhos".
"Mas não nos podemos esquecer que também não é assim tão desajustado estarmos aqui. Isto é a zona de Media & Entertenimento, nós somos entertenimento e trazemos uma solução tecnológica." Diz quase como reinvindicando o seu direito de estar ali.
Da Web Summit tentam encontrar investidores para que esta app possa deixar de ser um protótipo e passar a ser uma plataforma útil a todos os que precisam dela.
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