"Quer no quadro da União Europeia, quer da NATO, o acordo celebrado entre a Grécia e antiga República Jugoslava da Macedónia é um bom acordo. Felizmente 90% das pessoas que votaram ontem [domingo] na Macedónia disseram sim a esse acordo, infelizmente o número de votantes foi inferior a 50%", considerou Santos Silva.
O ministro falava hoje à agência Lusa, em Lisboa, à margem de uma conferência sobre a importância das migrações para o desenvolvimento sustentável, promovida em parceria pela Universidade Autónoma, Fundação para a Ciência e Tecnologia e instituto Camões.
Mais de 90% dos eleitores que participaram no referendo Macedónia responderam sim à pergunta: “Apoia a integração na União Europeia [UE] e na NATO ao aceitar o Acordo entre a República da Macedónia e a República da Grécia?”.
O referendo, que era consultivo, não alcançou, no entanto, os 50% de votação necessária para ser validado, devendo agora ter de ser ratificado pelo Parlamento para que possa avançar.
"Espero que o parlamento e os órgãos de soberania da Macedónia possam trabalhar no sentido de prosseguir o caminho da Macedónia em direção à Europa porque, por esse caminho, passa a solução da questão que têm com a Grécia", acrescentou o ministro português.
A pergunta a referendo não fazia qualquer referência ao nome a adotar, mas a mudança é condição para que a Grécia possa desbloquear a entrada no país na União Europeia e NATO.
Desde a independência, em 1991, e devido ao prolongado litígio com Atenas, esta ex-república jugoslava foi admitida na ONU dois anos depois, sob a designação de Antiga República Jugoslava da Macedónia (FYROM, na sigla inglesa).
No entanto, numerosos países do mundo, incluindo os Estados Unidos e Rússia, reconheceram o pequeno país como “Macedónia”.
O acesso de Skopje a diversas instâncias internacionais (em particular UE e NATO) permanecia bloqueado pela Grécia, que considera o nome Macedónia como parte exclusiva do seu património histórico.
Alexandre o Grande nasceu em Pella, uma cidade da província fronteiriça grega também designada Macedónia.
Atenas considerava que a utilização do mesmo nome por Skopje denunciava ambições territoriais.
Na sequência do acordo Atenas-Skopje e da aproximação entre os dois países vizinhos, perspetiva-se o início do processo de integração da ex-república jugoslava no espaço comunitário europeu e na Aliança Atlântica.
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