A concessão atribuída à empresa Sevenair, para uma carreira aérea que liga Bragança, Vila Real, Viseu, Tires (Cascais) e Portimão, vai terminar a 28 de fevereiro do próximo ano.

“Aquilo que está a acontecer denota, claramente, um absoluto desprezo do Governo para com o nosso território. Já não é a primeira vez que acontece (...). Em 2018, houve a necessidade de fazer um ajuste direto, uma vez que também não tinha lançado o concurso (...)”, afirmou o autarca brigantino.

Hernâni Dias frisou que, até ao momento, “não há nenhuma justificação nem nenhuma solução” para o problema.

Descrevendo um profundo desagrado e desconforto com a situação, Hernâni Dias pediu a intervenção do Governo.

“Exigimos que o Governo tome medidas (…). Seria uma perda enorme para o território se a ligação viesse agora a cair”, disse, imputando responsabilidades não só a António Costa, primeiro-ministro demissionário, mas também a Pedro Nuno Santos, atual líder socialista, “uma vez que, na altura, era ele que tutelava a pasta das Infraestururas”.

Dirigindo-se aos membros do Governo, Hernâni Dias deixou o desafio: “Olhem para este problema e resolvam-no, para evitar que aconteça o mesmo que em 2018”.

Para Hernâni Dias, neste momento, a alternativa poderá ser um ajuste direto até à finalização de um futuro concurso público, “uma vez que o Governo não lançou o procedimento concursal, que terá que ser com publicidade internacional e que da última vez demorou quase 10 meses. Obviamente, não conseguirá em menos de dois meses”.

“Esta é uma situação que nos deixa preocupados. Esta carreira aérea foi posta a funcionar para mitigar os efeitos da interioridade, para combater as assimetrias regionais”, vincou Hernâni Dias, acrescentando que o Governo promove “uma conversa simpática e interessante” sobre a coesão territorial, mas apenas no diálogo: “Quando passamos à prática, faz exatamente o inverso daquilo que vai dizendo”.

A carreira aérea teve suspensão dos voos em 2012, com o Governo de então a tentar que os privados tomassem conta da ligação sem subvenção estatal, modelo que se tem mantido.