“Quem justifica uma vitória é porque não ganhou. Quem necessita de apresentar aqui justificações de que ganhou algo, não ganhou”, afirmou o deputado no período de declarações políticas, na Assembleia da República.
Pedro Morais Soares defendeu que “quem ganha é claro e não foi o caso do PS, justificações atrás de justificações para dar uma vitória que não existiu para o PS”.
“Justificou, justificou, justificou, justificou, acrescentou números, números e mais números, quase chegávamos às 700 câmaras municipais”, ironizou o centrista.
Falando do caso de Lisboa, em que a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, encabeçada por Carlos Moedas ganhou a Câmara Municipal, Pedro Morais Soares salientou que “a vitória do centro-direita em Lisboa” pôs “fim a 14 anos de governação socialista”.
“Esta derrota do PS foi derrota estrondosa”, defendeu, apontando que os “eleitores mostraram um cartão amarelo às sondagens” que “procuraram desanimar e desmerecer a candidatura encabeçada pelo engenheiro Carlos Moedas”.
O deputado o CDS referiu que os eleitores “mostraram também um cartão amarelo ao primeiro-ministro, António Costa, que confundiu muitas vezes as funções de primeiro-ministro e as funções de secretário-geral do PS” e “fez do PRR e da bazuca europeia bandeiras de campanha”.
“Os eleitores rejeitaram a soberba, prepotência e arrogância com que o PS se apresentou a estas eleições, desde logo em Lisboa onde o PS dava como garantida a eleição”, frisou, considerando que “nem as coligações pré-eleitorais que o PS estabeleceu evitaram pesadas derrotas”.
Na sua intervenção, dedicada ao tema das eleições autárquicas que se disputaram no domingo, o deputado do CDS-PP considerou também que importa “reformar a justiça eleitoral em Portugal”, que se encontra “caduca, não garantindo a igualdade entre candidaturas”.
“Torna-se urgente reformar a CNE, um órgão que não muda desde 1978 e que tem de se adaptar ao ambiente político do século XXI”, salientou.
E alertou para “o enfraquecimento dos poderes mediadores e fiscalizadores da democracia”.
“Queremos uma justiça eleitoral célere, forte e que promova a igualdade entre candidaturas ou queremos uma justiça eleitora que só atua por denúncia, não preservando a igualdade entre candidaturas e com decisões excêntricas, levando muitas delas a muitas dúvidas por parte dos constitucionalistas?”, questionou Morais Soares.
Pedro Morais Soares, que também é presidente da Junta de Freguesia de Cascais e Estoril, criticou que o Governo não tenha suportado os custos com as adaptações necessárias às secções e mesas de voto para aumentar a segurança do ato eleitoral no decorrer da pandemia de covid-19.
A intervenção do parlamentar democrata-cristão teve apenas um pedido de esclarecimento, por parte da deputada Carla Borges, do PSD, que criticou que “os outros” partidos “não se importam com a reflexão política, nem com o debate político” e “apenas se importam” com o “seu discurso da vitória feito à sua imagem e feito à imagem dos seus eleitores e dos seus autarcas”.
A deputada social-democrata considerou também que “Lisboa reprovou, até mesmo condenou, a boia de salvação que António Costa lançou a um dos seus delfins, Fernando Medina, dando a vitória a Carlos Moedas, dando a vitória ao PSD”.
De acordo com os dados disponíveis na página oficial dos resultados das autárquicas, o PS conquistou sozinho 148 câmaras, mais uma em coligação com o Livre, e o PSD 72 sozinho mais 42 em coligações que encabeçou (num total de 114).
Segundo as informações da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o CDS apresentou 82 candidaturas sozinho a presidências de câmara, estabeleceu 147 coligações com outros partidos, a maioria com o PSD, e conseguiu manter as seis câmaras municipais que já liderava.
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