Constituído por 11 elementos, o atual executivo municipal de Coimbra é integrado por cinco eleitos pelo PS, três pela coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT, dois pelo movimento Somos Coimbra (SC) e um pela CDU.
Manuel Machado cumpre o segundo mandato consecutivo como presidente da Câmara, depois de ter ocupado o mesmo lugar entre 1989 e 2001.
Além do presidente, transitaram da Câmara anterior três vereadores do PS, um social-democrata e o eleito da coligação liderada pelo PCP (CDU), que continua a ser o único não eleito pelos socialistas com pelouros atribuídos.
“O principal desígnio da gestão municipal de Coimbra, pelo PS”, é “promover a autoestima dos conimbricenses, dinamizar o investimento, apoiar as famílias e valorizar Coimbra”, afirma o vice-presidente da Câmara, Carlos Cidade.
Nestes cinco anos, “esse trabalho tem dado os seus frutos e os indicadores económicos, sociais, culturais e ambientais” têm melhorado, assegura o autarca, que também é líder da concelhia do PS/Coimbra, referindo que, por exemplo, “o desemprego caiu 24% no primeiro semestre de 2018, em relação ao período homólogo de 2017”.
Além disso, exemplifica, estão em curso intervenções para “estimular a relação da cidade com o rio Mondego” (investimento global superior a 20 milhões de euros), para melhorar as acessibilidades pedonais e para renovar a frota dos serviços municipais de transportes urbanos – foram adquiridos 40 autocarros (cerca de 10 milhões de euros), 10 dos quais elétricos.
“A rigorosa gestão do município pelo PS” vai permitir, em 2019, reduzir “a taxa de IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] para 0,30%, o mínimo legal possível, devolvendo dois milhões de euros às famílias”, destaca o autarca, salientando que a Câmara investe este ano letivo cinco milhões de euros em ação social escolar, garantindo “transporte gratuito para todos os alunos do ensino obrigatório e a gratuidade das refeições” para os do pré-escolar e do primeiro ciclo.
Diferente é a leitura da oposição a este ano da gestão camarária, com o vereador social-democrata Paulo Leitão a criticar a taxa de execução de projetos prometidos e anunciados, afirmando que se manteve “muito baixa, inferior mesmo” à do mandato anterior.
“Os transportes pioraram, tanto nos custos, como na qualidade do serviço”, sustenta Paulo Leitão, que também não aceita que a cidade continue com “notória falta de limpeza” e com “o lixo a acumular-se nas ruas”.
Mas “a grande promessa que era o aeroporto internacional de Cernache”, a criar no aeródromo municipal “até final deste mandato” (2021) foi “mais um logro” de Manuel Machado, afirma o autarca do PSD, reconhecendo que a região precisa dessa estrutura, mas que deve ser um projeto articulado com outros municípios, designadamente Leiria (que defende a abertura ao tráfego civil da Base Aérea de Monte Real).
“A única boa novidade” deste ano de gestão municipal é a redução do IMI, mas por “pressão da oposição”, conclui Paulo Leitão, lamentando que não baixe também a taxa de IRS, “como prometeu” Manuel Machado (a proposta do PSD nesse sentido foi “chumbada pela CDU”, que votou contra, ao lado do PS).
Este ano “tem representado uma aprendizagem surpreendente” para o movimento Somos Coimbra, pois “permitiu perceber o défice democrático que existe na autarquia e compreender todos os motivos do decaimento do concelho de Coimbra, que perdeu 45% dos jovens residentes entre os 20-34 anos por falta de oportunidades e de emprego”, afirma o vereador e líder do movimento, José Manuel Silva.
“Para procurar promover a recuperação e desenvolvimento de Coimbra”, o Somos Coimbra tem “apresentado inúmeras propostas, todas elas recusadas, a maioria sem sequer serem submetidas a debate”, acusa.
Entre essas propostas, José Manuel Silva aponta “um plano de recuperação da Baixa, o aumento das transferências para as freguesias, a redução da derrama, a captação ativa de investimentos e criação de emprego e a constituição de um conselho estratégico para o desenvolvimento” do município.
Para o representante da CDU, Francisco Queirós, “o primeiro ano deste novo mandato autárquico de PS/Manuel Machado pode caracterizar-se pela continuidade e oportunidade perdida de mudar de rumo”.
“Nada de significativo se alterou. Quer quanto ao autismo que caracteriza a relação com os munícipes, quer quanto às áreas que a CDU tem vindo a apontar como as que requerem urgente mudança de rumo”, afirma.
Não há “reforço de verbas para as freguesias, agravam-se os problemas e queixas quanto à higiene e limpeza do espaço público e espaços verdes, faltam apoios aos agentes da cultura, não se conhece o modelo de funcionamento do Convento São Francisco, nem uma política de desenvolvimento do centro histórico, Baixa e Alta, avolumando-se as preocupações quanto à especulação imobiliária”, exemplifica o vereador comunista.
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