Perante informações que davam conta da existência de múltiplos casos desta doença numa escola de Vila Real de Santo António, distrito de Faro, a agência Lusa questionou a ARS do Algarve e o seu Departamento de Saúde Pública e Planeamento reconheceu a existência de cinco casos de parotidite epidémica confirmados e dois em análise.
“Neste momento existem cinco casos confirmados, dois a aguardar repetição de análise no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e alguns casos prováveis sob investigação, os quais ainda se aguarda mais informação”, adiantou aquele departamento numa resposta escrita enviada à agência Lusa.
A mesma fonte, que não precisou o número exato de casos prováveis “sob investigação” e a “aguardar mais informação”, esclareceu que se trata de uma “doença infecciosa provocada por um vírus (paramixovírus)”, que é “habitualmente benigna” e “se transmite através das gotículas de saliva, durante a tosse, espirro ou a conversação, ou através da partilha de objetos e utensílios como copos”.
O Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS do Algarve referiu ainda que a transmissão pode “ocorrer ainda antes do aparecimento dos sintomas” e os sintomas principais são o “aparecimento de febre, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, seguindo-se o aumento de volume das glândulas parótidas (glândulas salivares)”.
O organismo que gere a saúde no Algarve garantiu que “a equipa responsável pela investigação do surto, sob a coordenação do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve, está a trabalhar, em estreita colaboração com o Delegado de Saúde local, com os diferentes serviços de saúde e com a escola secundária de Vila Real de Santo António, de forma a conhecer a verdadeira dimensão do surto e a facilitar a implementação das medidas de prevenção e controlo”.
A ARS apelou às pessoas que tenham sintomas característicos da doença para que contactem telefonicamente a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou a equipa de saúde familiar e cumpram todas as recomendações prescritas.
Ao ser detetado o aumento das glândulas parótidas é indicado um período de “‘afastamento social’ dos doentes durante um período de nove dias” e realizada “a vigilância dos contactos próximos”, assim como “verificação do seu estado vacinal e a atualização da vacinação, sempre que tal se verifique necessário”, acrescentou a ARS do Algarve.
A mesma fonte sublinhou, no entanto, que “a vacinação contra a parotidite epidémica não evita todos os casos de doença” e “não é rara a ocorrência de surtos em populações com elevada proporção de vacinados, em ambientes em que o contacto interpessoal é próximo e frequente”.
“O Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve, a Unidade de Saúde Pública Local (Agrupamento de Centros de Saúde do Sotavento), o Centro Hospitalar Universitário do Algarve e a escola continuarão atentos à evolução deste surto e a desenvolver as medidas consideradas necessárias ao controlo da situação”, assegurou ainda a ARS.
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