Sanna Marin, 35 anos, chefe do Governo de centro-esquerda na Finlândia, está envolvida numa polémica desde que o jornal Iltahehti revelou, na terça-feira, que estava a ser reembolsada em até 300 euros por mês pelos pequenos-almoços da sua família, já que ela vive na residência oficial de Kesaranta.
Perante as críticas da oposição, a primeira-ministra argumentou que os seus antecessores beneficiaram do mesmo privilégio.
“Não pedi para ter este subsídio, como primeira-ministra, nem estive envolvida na decisão sobre o assunto”, explicou hoje Marin, na sua conta da rede social Twitter.
Especialistas citados pelos ‘media’ finlandeses sugerem que o uso de fundos públicos para pagar pequenos-almoços da família da primeira-ministra pode ser uma violação da lei.
“A primeira-ministra fez-se reembolsar por algumas refeições, apesar de a redação da lei sobre os salários ministeriais parecer não permitir isso”, disse a polícia, num comunicado em que justifica a investigação.
De acordo com o superintendente da polícia Teemu Jokinen, a investigação vai centrar-se nas decisões tomadas por funcionários do gabinete de Marin e “não está de forma alguma ligada à primeira-ministra e às suas atividades oficiais”.
A duas semanas de eleições autárquicas, a primeira-ministra mostrou-se satisfeita pela abertura de uma investigação sobre o assunto e garantiu que renunciará ao subsídio, para já.
No poder desde dezembro de 2019, a chefe de Governo goza de forte popularidade, devido à sua gestão da epidemia de covid-19 na Finlândia, um dos países menos afetados da Europa, mas as sondagens para as eleições autárquicas, em 13 de junho, mostram uma subida da oposição, em particular do movimento de extrema-direita Partido dos Finlandeses.
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