"Em Portugal os direitos políticos não estão limitados e era o que mais faltava que estivessem. Seguramente há responsabilidade de cada organização nas suas iniciativas", disse Catarina Martins, que falava no Porto à margem de uma reunião com trabalhadores da Ryanair.
"Não sou do PCP, nem sou da Direção-Geral da Saúde, não me cabe comentar. Creio que devem estar a trabalhar como é suposto", acrescentou.
Em causa está a realização da Festa do Avante!, este ano entre 4 e 6 de setembro, no Seixal, e que é uma iniciativa que tradicionalmente marca a "rentrée" política do PCP, incluindo concertos, exposições, debates, espaços de restauração e espaços de campismo para os espetadores.
Na quinta-feira o dia ficou marcado por trocas de acusações entre PCP e PSD sobre a realização da festa, bem como pela tomada de posição pública do CDS-PP que instou o Presidente da República a pronunciar-se.
O Presidente da República disse, também na quinta-feira, que a compreensão dos portugueses em relação às regras do evento é essencial "porque os portugueses sabem que estão perante uma epidemia que está para durar e não podem descolar das autoridades em geral em termos de credibilidade".
"A definição de regras tem dois objetivos: o primeiro é garantir que não há problemas de saúde pública, o segundo objetivo é os portugueses olharem para aquilo como um exemplo de boa conduta das autoridades sanitárias. Eu tenho fugido a pronunciar-me [sobre a Festa do Avante!] porque acho que ainda não é o tempo mas há de chegar o tempo em que as autoridades sanitárias hão de dizer o que faz sentido", disse.
Do lado do Governo, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieria da Silva, lembrou que a Constituição e a lei não permitem proibir qualquer iniciativa política, frisando que as regras de segurança em termos de saúde pública serão para cumprir.
Comentários