No seu primeiro discurso na Festa do Avante! enquanto líder comunista, cargo que ocupa desde final do ano passado, Paulo Raimundo defendeu que o PCP é “o partido confiável e que não anda ao sabor do vento, que não cede ao medo, à chantagem, à ameaça, à mentira, e que em nenhum momento abandona os trabalhadores e o povo”.
“Reforcemos o partido e o país andará para a frente”, desafiou, defendendo que “se há aspeto que hoje é cada vez mais evidente para milhares e milhares de pessoas é que, quando o PCP avança, isso contribui de forma decisiva para que a vida de cada um avance”.
Paulo Raimundo salientou que “é do interesse dos trabalhadores, do povo e dos democratas que o PCP avance e se reforce em todas as esferas de ação”.
“Queremos mais partido, não para encher o peito, queremos mais partido porque isso é requisito para elevar as condições de vida dos trabalhadores e do povo e pôr o país a andar para frente”, reforçou.
Referindo-se ao primeiro desafio eleitoral que terá pela frente enquanto líder comunista, as eleições legislativas regionais da Madeira, já este mês, Raimundo pediu “mais força”, que se traduza em “mais votos e mais mandatos da CDU”, coligação que o PCP integra.
Quanto às eleições europeias do próximo ano, o secretário-geral comunista defendeu que os eurodeputados do PCP “são a voz imprescindível que garante a defesa e os interesses dos trabalhadores, do povo e do país”, além de uma “garantia para enfrentar a submissão ao euro e às imposições da União Europeia”.
O dirigente salientou que o PCP é "dinamizador da alternativa e capaz de, com outros, com os trabalhadores e o povo no centro da sua ação, construir o país desenvolvido e soberano" a que os portugueses têm direito, trazendo um projeto "que faz frente à política de direita, assenta em Abril, que respeita e procura fazer cumprir a Constituição".
"Face às injustiças e desigualdades, os trabalhadores, o povo, os democratas e patriotas são chamados a fazer uma opção entre manter o controlo disto tudo nas mãos dos interesses dos grupos económicos e entregue aos protagonistas de turno, sejam PS ou PSD e seus sucedâneos, ou então de tomar nas mãos o destino das suas vidas e construir a alternativa que dá resposta aos seus problemas e ao caminho que o país precisa", desafiou.
Paulo Raimundo afirmou que podem "decretar todas as sentenças, mas um partido assim, dos e ao serviço dos trabalhadores, tal como revela esta festa, assim está destinado, isso sim, a crescer, a alargar e a reforçar-se" e "não há silenciamentos mais ou menos organizados que consigam tapar esta realidade".
No seu discurso, de cerca de 40 minutos, Paulo Raimundo fez também referência aos conflitos internacionais, entre os quais na Ucrânia, defendendo ser necessário "dar uma oportunidade à paz", com "mais amizade e cooperação, menos ódio e menos belicismo".
"É preciso agir, face aos que, indiferentes à morte e à destruição, apostam no conflito militar em vários pontos do mundo e insistem na continuação de uma guerra que na Ucrânia já leva nove anos, nunca deveria ter começado, e é urgente parar", advogou.
A 47.ª edição da Festa do Avante!, que marca a ‘rentrée’ comunista, é a primeira de Paulo Raimundo enquanto secretário-geral do PCP, cargo que ocupa desde novembro, quando sucedeu a Jerónimo de Sousa.
A festa, que decorre na Quinta da Atalaia, no Seixal (distrito de Setúbal), arrancou na sexta-feira e termina hoje.
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