
Numa publicação na rede social Instagram, Francisco Assis refere que o vereador e candidato independente, Filipe Araújo, e o ex-diretor de comunicação do candidato do PSD, Vasco Ribeiro, “envolveram-se num desacato lamentável e impróprio de duas pessoas educadas” e considera que “um momento infeliz não autoriza um julgamento apressado do caráter das pessoas”.
O eurodeputado critica a posição do candidato do PS à Câmara Municipal do Porto, Manuel Pizarro, e afirma que “não pode emitir um comunicado visando assassinar o caráter de um homem digno por pura vingança e oportunismo eleitoral”.
“Ou melhor, pode, e tanto pode que o fez. Não o deveria ter feito. Aviltou-se e arrastou consigo o PS”, acrescentou, manifestando-se indignado.
O dirigente socialista argumenta que Pizarro “pode estar magoado por não contar com o apoio eleitoral do Vasco Ribeiro dada a grande proximidade que tiveram”.
Francisco Assis assinala que “há uma parte do PS, por mais ínfima que ela seja, que considera abjeta a tomada de posição do candidato do PS à Câmara do Porto”.
O agora eurodeputado, que trabalhou com Vasco Ribeiro quando foi líder parlamentar do PS, refere que Manuel Pizarro conhece este assessor “há muitos anos e sabe que ele é um homem de caráter, incapaz de propalar qualquer tipo de discurso de ódio (como agora se diz), alheio à prática da violência, dotado de natural predisposição para o respeito pelo outro”.
Na sexta-feira, o candidato do PS ao Porto classificou a alegada agressão como "cobarde" e disse ter apresentado a sua "solidariedade" ao vice-presidente da autarquia.
"Condeno em absoluto a agressão cobarde ao vice-presidente da câmara e candidato às próximas eleições Filipe Araújo, durante o Festival Primavera Sound, por parte de um destacado dirigente da candidatura do PSD. Já tive oportunidade de lhe apresentar a minha solidariedade e não posso deixar de publicamente condenar com veemência o sucedido", lê-se numa publicação do socialista na rede social Facebook.
Manuel Pizarro sublinhou que repudia "totalmente a violência", considerando-a "ainda mais incompreensível e condenável em contexto político".
"Não posso admitir que o ódio e a agressão física contaminem o saudável debate político na cidade do Porto, a cidade da Liberdade. Continuarei a fazer campanha com alegria, tranquilidade e elevação. Usarei de todos os meios e de todas as minhas forças para combater esta forma básica e grosseira de estar na política", terminou.
O candidato do PSD à Câmara do Porto, Pedro Duarte, aceitou a demissão do diretor de comunicação da sua campanha, Vasco Ribeiro, acusado de agressão pelo candidato independente Filipe Araújo, classificando a atitude de "indefensável".
O candidato independente à Câmara do Porto Filipe Araújo apresentou queixa na PSP, na sexta-feira, após alegadamente ter sido agredido pelo responsável pela comunicação da candidatura do PSD.
A situação terá ocorrido na noite de quinta-feira na tenda VIP do Festival Primavera Sound. Fonte da candidatura de Filipe Araújo, que é vice-presidente da autarquia, indicou à Lusa que a queixa por ofensas à integridade física foi apresentada na esquadra de Cedofeita, no Porto.
A agência Lusa contactou Vasco Ribeiro que disse ter havido insultos e empurrões de parte a parte e revelou ter pedido a demissão da candidatura de Pedro Duarte. Numa publicação posterior na rede social Facebook, avançou que iria também apresentar queixa por agressões.
José Luís Carneiro critica insultos e pede respeito entre militantes
O candidato a secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, pediu hoje respeito entre militantes, criticando os insultos, e defendeu que o partido na oposição tem de garantir que a sua mensagem chegue aos cidadãos.
“Eu acho que nós temos, em primeiro lugar, de nos ouvir uns aos outros e de nos respeitarmos uns aos outros”, afirmou José Luís Carneiro, em Leiria, onde apresentou a candidatura à liderança do partido.
Referindo insultos nas redes sociais, “às vezes entre camaradas”, que “se desconsideram uns aos outros”, o candidato questionou: “Como é que lá fora olham para nós se nós nos desconsiderarmos uns aos outros?”.
“Nós não podemos permitir que camaradas se insultem, se desconsiderem, porque alguém decidiu ser candidato às eleições internas numa secção, numa concelhia, numa federação”, declarou.
Exigindo respeito por “quem entende e sente que tem um contributo para dar ao Partido Socialista”, o antigo governante pediu ainda que “haja coragem para que as pessoas avancem com candidaturas, que sejam candidatas, que façam um jogo limpo, transparente, concorrente, que apresentem as propostas, as ideias, porque é disso que vive a democracia”.
“Só poderemos defender uma democracia qualificada lá fora se também formos capazes de a praticar cá dentro”, realçou José Luís Carneiro, considerando que “isto tem de ser um pressuposto fundamental da vida dos partidos políticos, particularmente dos partidos que têm a história do Partido Socialista”.
Perante uma sala cheia, o candidato único disse ainda a simpatizantes e militantes do PS para não estranharem quando, por vezes, não responder a provocações de outros partidos, pois “há aqueles que só vivem com a provocação, vivem da provação”.
“Se respondermos, estamos a dar espaço a quem está a utilizar o insulto e a desconsideração, em vez de apresentar as suas propostas e as suas ideias, devidamente fundamentadas”, justificou, tendo recebido uma grande salva de palmas.
*Com Lusa
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