Entre hoje e domingo, os estabelecimentos da zona de Santos vão encerrar às 23:00, três horas mais cedo do que o habitual, de forma a controlar os ajuntamentos, anunciou na quarta-feira o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton (PSD), depois de uma reunião com os empresários.
Trata-se de um teste piloto, acordado entre os comerciantes, com o objetivo de criar condições para apoiar o trabalho da PSP e assegurar “que não há ajuntamentos a partir das 02:00”, referiu o autarca.
Questionada hoje pela agência Lusa, a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), defendeu que Santos “tem tido muitos problemas, mesmo durante o período de confinamento, porque tem tido uma série de equipamentos autorizados para lá, coisa que não se verifica em nenhuma outra freguesia da cidade”.
“Se formos lá, vemos com muita frequência várias rulotes de cerveja, por exemplo, e mesmo em tempo de confinamento vimos. O arraial da Iniciativa Liberal foi lá que se realizou e, portanto, têm sido tomadas ali uma série de políticas a nível de utilização do espaço público que tiveram as consequências desastrosas que tiveram e cujo exponencial foi este fim de semana passado”, apontou.
Ao contrário da Junta da Estrela, referiu Carla Madeira, a autarquia por si presidida “não autoriza esplanadas e utilização de espaço público a partir de uma determinada hora” e tem tido contactos permanentes com os comerciantes e com a PSP.
“Tinha sido importante que a Junta de Freguesia da Estrela estivesse ao lado das restantes juntas de freguesia e da Câmara, nomeadamente durante o período de pandemia, em que nós procurávamos não promover ajuntamentos, combater os ajuntamentos, quando a Junta da Estrela tomou precisamente a medida contrária e, agora, a dois dias das eleições vem anunciar uma medida que não passa de uma medida puramente eleitoralista”, considerou.
Carla Madeira disse ainda não temer que os ajuntamentos noturnos verificados no Bairro Alto e no Cais do Sodré nos últimos meses se intensifiquem este fim de semana “porque vai haver um forte policiamento em toda a zona”. Advertiu, porém, para o surgimento de mais vendedores ilegais.
De acordo com Carla Madeira, esse reforço policial já tem acontecido nos últimos meses, uma vez que os ajuntamentos na via pública são maiores do que se verificava “mesmo antes da pandemia” de covid-19.
A autarca realçou, igualmente, que é “importante não perder de vista” a possível abertura das discotecas e as medidas que serão hoje anunciadas depois do Conselho de Ministros, argumentando que “o problema vai começar a ser resolvido com a dispersão das pessoas” para outros locais.
Na quarta-feira, moradores e comerciantes da zona lisboeta do Bairro Alto manifestaram-se preocupados com a criminalidade associada a ajuntamentos na via pública durante a noite, inclusive o aumento de ‘gangues’, defendendo o reforço do policiamento de proximidade.
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