Acerca do plano de emergência para a saúde hoje anunciado pelo Governo, que pretende esgotar os recursos do SNS até ao limite, mas conta também com os setores social e privado de forma complementar, Carlos Cortes considerou “muito relevante” o facto de o plano ter sido apresentado pelo primeiro-ministro, dando uma “visibilidade à saúde” que demonstra que o setor é “uma prioridade” para o executivo.
O bastonário dos médicos revelou que tenciona tomar conhecimento com maior profundidade do documento e ver esclarecidas algumas medidas, tendo pedido já uma reunião com a ministra da Saúde para “tentar perceber melhor o plano”.
Um outro aspeto realçado por Carlos Cortes prende-se com a “identificação dos problemas e das dificuldades” do setor da saúde, observando que as questões levantadas correspondem àquelas que a Ordem dos Médicos já tinha identificado e remetido nas últimas semanas.
Segundo o bastonário, nestes últimos dois meses a OM remeteu ao Ministério da Saúde um conjunto de propostas e de soluções que agora aparecem “plasmadas neste plano”, sendo isso também um aspeto “relevante” a assinalar.
Carlos Cortes apontou como outros pontos importantes do plano matérias que têm a ver com “uma maior atratividade do SNS”, nomeadamente para os profissionais de saúde, neste caso concreto para os médicos.
Medidas que permitam fixar e manter os médicos no SNS são de assinalar, designadamente a recuperação das listas de espera para cirurgia oncológica, que é “de facto uma emergência”.
Carlos Cortes congratulou-se que tenha sido apresentado um conjunto de soluções para os utentes que não têm médico de família poderem ter acesso a cuidados de saúde primários.
Hoje, o primeiro-ministro anunciou que o programa de emergência dizendo: “Este plano de emergência e transformação na saúde vai esgotar, até ao limite do que é possível, a capacidade do Estado, seja no aproveitamento dos recursos humanos, seja no aproveitamento de todas as unidades de saúde”.
Luís Montenegro assegurou que o “Governo não faz da gestão da área da saúde uma questão ideológica”, salientando que, quando a capacidade do SNS se esgotar, os “cidadãos não podem ficar privados do acesso aos cuidados de saúde que precisam e merecem”.
Por isso, o Governo “vai, em regime de complementaridade, contar com os setores social e privado para, dentro da função e missão do SNS, dar uma resposta aos cidadãos”, salientou Luís Montenegro, ao adiantar que isso está plasmado no programa hoje aprovado, como forma de aproveitar toda a capacidade instalada e todos os recursos disponíveis em Portugal.
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