“Catarina Martins representa a candidatura mais forte que a esquerda pode apresentar nas eleições europeias e é por isso que será cabeça de lista do BE nestas eleições”, anunciou Mariana Mortágua em conferência de imprensa, em Lisboa, após uma reunião da Mesa Nacional, órgão máximo entre convenções.
Questionada sobre o resultado da votação, a coordenadora adiantou apenas que a escolha foi feita “por larguíssima maioria”.
Mariana Mortágua salientou que o BE “não desiste de apresentar um projeto alternativo”, que “defende o Estado social, não abdica da igualdade, do respeito, da democracia, dos direitos laborais, do ambiente”.
“Essa afirmação da esquerda em Portugal começa já nas eleições europeias”, salientou.
Segundo a líder bloquista, “o combate à extrema-direita faz-se desde logo na Europa e no Parlamento Europeu”, onde é preciso também “organizar a esquerda” e apresentar um projeto de uma Europa que “não ponha em causa os direitos humanos com políticas de migração e políticas agressivas contra refugiados”.
Mariana Mortágua considerou que Catarina Martins “é uma das dirigentes da esquerda europeia com mais experiência e mais reconhecimento”.
“Conhece este país como ninguém, os seus problemas, as suas crises e dificuldades mas conhece também como poucas o contexto político europeu, o funcionamento das instituições europeias, os diferentes representantes, protagonistas e partidos à escala europeia. É uma pessoa capaz de articular a esquerda e os partidos e os movimentos de esquerda à escala europeia. Já o fez no passado, é capaz de o fazer no futuro”, salientou.
No seu entendimento, “o que se joga nas europeias é também a luta contra a extrema-direita, a afirmação de um projeto alternativo para a esquerda”, e “não há melhor pessoa para o fazer do que a Catarina Martins”.
No texto da resolução da Mesa Nacional, lê-se que o partido vai aprovar o programa para as eleições europeias no dia 06 de abril.
Depois de uma década à frente do BE, durante a qual levou o partido aos seus melhores resultados, mas também a um dos piores, nas legislativas de 2022, Catarina Martins passou o testemunho a Mariana Mortágua no ano passado, na XIII Convenção Nacional.
Foi eleita deputada pela primeira vez nas legislativas de 2009, então como independente nas listas do BE, tendo sido reeleita nas eleições legislativas seguintes já como militante.
Catarina Martins foi coordenadora do BE entre 2012 e 2023. Nos primeiros dois anos, ocupou este cargo em parceria com João Semedo, numa inédita liderança ‘bicéfala’, modelo abandonado em 2014, na Convenção Nacional seguinte.
O BE tem atualmente dois eurodeputados: Marisa Matias, recentemente eleita deputada para a Assembleia da República, pelo círculo eleitoral do Porto, e José Gusmão, que encabeçou a lista do partido por Faro, mas não foi eleito no passado domingo.
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