Um dos objetivos dos exercícios “é a utilização ativa de veículos aéreos não tripulados [‘drones’], bem como medidas para contrariar a sua utilização pelo lado oposto”, disse o general Anatoly Sidorov, de acordo com a TASS.

A CSTO, sigla em inglês da organização, integra Rússia, Cazaquistão, Bielorrússia, Arménia, Quirguistão e Tajiquistão.

Sidorov disse à agência russa TASS que representantes da China e do Irão, bem como da Arábia Saudita e da Mongólia, foram convidados como observadores.

O oficial russo não excluiu um futuro alargamento da aliança, como aconteceu na cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que aceitou seis novos países como membros.

Também não excluiu a possibilidade de alargar a lista de Estados observadores.

“Estamos prontos, em princípio, [para aceitar] países da América Latina, África e outros continentes”, afirmou, segundo a agência espanhola EFE.

O anúncio surgiu no dia em que o Ministério da Defesa britânico admitiu a probabilidade de a Rússia ter cancelado um importante exercício militar previsto para setembro, por falta de recursos devido à guerra contra a Ucrânia.

“A Rússia cancelou provavelmente o Zapad-23 porque as tropas e o equipamento disponíveis são demasiado escassos”, disse o ministério num relatório sobre o conflito russo-ucraniano com base na avaliação dos serviços secretos militares britânicos.

No relatório divulgado nas redes sociais, o ministério descreveu o Zapad como “um grande evento anual, concebido como o culminar do ano de treino militar”, que em 2021 foi “o maior exercício russo desde a era soviética”.

Moscovo decidiu realizar exercícios militares com a Bielorrússia pelo menos de dois em dois anos na zona ocidental da Rússia por dar “prioridade ao confronto com o que considera ser a ameaça da NATO”, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

No Zapad-21, realizado entre 10 e 15 de setembro de 2021, participaram cerca de 200 mil militares, de acordo com o Ministério da Defesa russo.

Depois do Zapad-21, forças dos dois países participaram em exercícios que terminaram em 20 de fevereiro de 2022, quatro dias antes da invasão da Ucrânia.

Segundo o ministério britânico, o “fraco desempenho” das forças russas na Ucrânia demonstrou que os exercícios com a Bielorrússia tiveram “um valor de formação limitado” e serviram, “em grande medida, para dar espetáculo”.

Na avaliação do ministério, “existe uma possibilidade realista de que os dirigentes russos sejam também sensíveis às críticas internas resultantes da gestão” de mais um exercício de grande envergadura em tempo de guerra.

Além de Rússia e Ucrânia, a Bielorrússia tem fronteiras com Polónia, Lituânia e Letónia, três países membros da NATO e da União Europeia (UE).

A Ucrânia tem contado com apoio financeiro e em armamento dos aliados ocidentais para combater a invasão russa.

Os aliados de Kiev também decretaram sanções contra Moscovo para tentar diminuir a sua capacidade de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O número oficial de baixas civis e militares do conflito é desconhecido, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será elevado.