Segundo reporta a agência de notícias France-Presse (AFP), as forças da ordem começaram a dispersar os vários milhares de manifestantes que se juntaram na Avenida dos Vencedores, no centro da capital da Bielorrússia, tendo procedido a dezenas de detenções.
Alexander Lukashenko, confrontado com um inédito movimento popular de contestação pós-eleitoral, prestou juramento hoje em segredo para um sexto mandato, antes de proclamar que a “revolução” pretendida pelos seus adversários fracassou.
Para os opositores e os media independentes, esta cerimónia, que deveria ocorrer legalmente antes de 09 de outubro, foi organizada em segredo para não servir de catalisador a uma nova grande manifestação das oposições.
Segundo dados oficiais, Lukashenko foi reeleito com 80,1% dos votos nas eleições de 09 de agosto, resultado não reconhecido pela oposição ou pelo Ocidente e que desencadeou a maior vaga de protestos da história pós-soviética na Bielorrússia.
Após a posse, a oposição bielorrussa apelou aos protestos por tempo indeterminado.
“Nunca aceitaremos as fraudes e exigimos novas eleições”, disse Pavel Latushko, um dos líderes da oposição bielorrussa, numa mensagem publicada na rede social Telegram.
Latushko, ex-ministro da Cultura e membro do conselho de coordenação para a transferência pacífica do poder na Bielorrússia (entidade criada pela oposição), acrescentou que esta plataforma da oposição apela a todos a “uma ação de desobediência indefinida”.
A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 09 de agosto.
Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.
Os Estados Unidos, a União Europeia (UE) e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer diálogo com a oposição.
A Alemanha já reagiu à tomada de posse de Lukashenko e afirmou que não a reconhece por “falta de legitimidade democrática”.
“Não foram preenchidas as exigências mínimas para eleições democráticas”, denunciou em conferência de imprensa o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, acrescentando que as contestadas eleições presidenciais de 09 de agosto na Bielorrússia “não foram nem justas nem livres”.
O Governo alemão apelou ainda, através do seu porta-voz, à “libertação de todos os presos políticos” e exortou as autoridades bielorrussas a prescindirem do uso da força contra os manifestantes.
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