Em nota enviada ao SAPO24, D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, recorda Bento XVI como "Sucessor de Pedro e sinal visível da unidade de todo o Povo o Povo de Deus", que "entregou a totalidade da sua vida ao serviço de Deus e da sua Igreja".
Referindo o Papa emérito como "cristão de fé profunda e forte", recorda que "no seu percurso, na sua ação pastoral e nos seus escritos, sobressai em primeiro lugar o testemunho da sua fé inabalável em Deus, Santíssima Trindade, que cantou, celebrou, adorou e foi o centro da sua vida".
"Queremos continuar a aprender dele o lugar único de Deus na nossa vida, como a razão de ser de tudo o que somos e fazemos", acrescenta.
Para o bispo de Coimbra, o Papa emérito é também "o cristão da espiritualidade nascida da fé e incarnada na relação com Deus e com os irmãos".
"Trabalhou em favor da identidade única da espiritualidade cristã, no meio das múltiplas propostas que facilmente seduzem os cristãos. Procurou uma espiritualidade cristã inspirada no Espírito Santo, que nos conduz à doação de nós mesmos a Deus e aos irmãos. Na espiritualidade cristã encontrou as forças para enfrentar a dureza de muitas realidades do tempo presente com que se deparou e alimentou a certeza de que 'é na esperança que fomos salvos'", apontou.
Bento XVI é também, para D. Virgílio Antunes, um "cristão sempre à procura da clareza da doutrina da fé", uma vez que "a sua atividade enquanto teólogo, aliada à sua ação de pastor do Povo de Deus, manifestaram continuamente a importância do conhecimento mais aprofundado da doutrina cristã e o valor insubstituível à fidelidade integral à Sagrada Escritura e à Tradição viva da Igreja".
"Em tempos de afirmação de fortes relativismos e de grandes vazios, deu à Igreja escritos claros e baseados em argumentação profunda, que continuarão a iluminar os caminhos da Igreja na fidelidade à sua identidade querida por Cristo, o seu fundador", lembrou.
Frisando que o Papa emérito foi sempre um "cristão disponível para se entregar totalmente em favor da Igreja", o bispo de Coimbra referiu que Bento XVI, "no meio das situações favoráveis e adversas, deu-nos o exemplo de fortaleza na procura da verdade".
"O Povo Santo de Deus e a salvação por meio de Jesus Cristo foram a sua motivação. Nesse sentido, ofereceu-se até ao fim por meio da oração e do sacrifício, na certeza de que, por meio de uma vida ativa ou no silêncio do seu retiro, a Igreja e a humanidade que Deus quer salvar são a motivação maior da sua vida", lembrou ainda.
De acordo com D. Virgílio Antunes, Bento XVI foi também "o cristão que se aniquila em favor da comunhão por meio da caridade na verdade".
"Acreditou em Deus, que é amor e quer reunir toda a humanidade num só povo, por meio do amor. Não se poupou a esforços pelos caminhos da razão e da fé para ajudar a Igreja e a humanidade a compreender que só Deus, que é amor, salva. Procurou abrir as portas da comunhão da Igreja a todos, sem renunciar à fórmula maior que conduziu o seu trajeto: a caridade na verdade", rematou.
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