"São coisas que não podemos ignorar. É uma situação dramática que vivemos, não é fácil ultrapassá-la nem nos iludimos sobre aquilo que iria ser", disse o também bispo de Leiria-Fátima.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa quis deixar, "antes de mais, uma lembrança para as vítimas, que é por elas que fizemos tudo isto também".
José Ornelas deixou também "um grande agradecimento à Comissão [Independente], que nos permitiu verificar a situação que temos, esse era o nosso objetivo".
"Contámos com pessoas competentes, apaixonadas pelo seu trabalho e que viveram emocionalmente tudo o que fizeram, disse, realçando que trabalharam de forma "independente".
Ornelas recusou-se a responder a mais questões, remetendo para a conferência de imprensa da Conferência Episcopal Portuguesa em reação à divulgação do relatório e que ocorrerá pelas 16:00 na Universidade Católica de Lisboa. O bispo realçou-se que os jornalistas terão direito a perguntas.
A comissão, que começou a recolher testemunhos em 11 de janeiro de 2022, revelou hoje ter recebido 564 testemunhos, dos quais 512 foram validados, os quais são relativos a pelo menos 4.815 vítimas.
Os casos de abusos sexuais revelados ao longo de 2022 abalaram a Igreja e a sociedade portuguesa, à imagem do que tinha ocorrido com iniciativas similares em outros países, com alegados casos de encobrimento pela hierarquia religiosa a motivarem pedidos de desculpa, num ano em que a Igreja se vê agora envolvida também em controvérsia, com a organização da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa.
Além da reação marcada para esta tarde, para 3 de março foi já convocada uma assembleia plenária extraordinária da CEP para analisar o relatório.
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