“Estamos prestes a iniciar um novo ano letivo, um novo ano em que os pais procuram um local para deixar os seus filhos e não encontram”, afirmou Mariana Mortágua em Alcorriol, na sardinhada anual organizada pela concelhia bloquista de Torres Novas (Santarém), tendo feito notar que, “em Portugal, a taxa de cobertura de creches é de 50%” e que “afeta milhares de famílias”.
A coordenadora do BE, que anunciou uma “interpelação ao governo para a próxima semana para debater o problema das creches”, frisou que este “é um problema sério, num país que se debate com problemas de natalidade e em que as famílias estão muito pressionadas pelo problema dos preços da habitação e dos bens essenciais”, tendo afirmado que “é possível diferente e bem”.
Nesse sentido, defendeu, e tendo em conta que “as creches gratuitas”, medida que elogiou, “não chegam a toda a gente que precisa”, o BE defende que, por um lado, as creches “devem fazer parte do sistema de educação” e que, por outro, o governo deve permitir que as Câmaras Municipais possam fazer acordo com a Segurança Social para poderem ter as suas próprias creches”.
O almoço anual do Bloco de Esquerda de Torres Novas, que assinala a sua oitava edição contou com 121 pessoas inscritas, tendo a concelhia local destacado a importância da confraternização entre os militantes, tendo também abordado temas que preocupam a população, como o caso dos preços da habitação ou a falta de médicos de família.
No caso da habitação, a líder do BE disse que “o problema (…) não se resolve só aumentando as taxas de esforço” e que tal só sucederá “quando os bancos forem obrigados a renegociar os créditos à habitação e baixando as taxas de juro que neste momento estão a ser cobradas às pessoas”.
Quanto à saúde, Mariana Mortágua disse que o problema da falta de médicos em Torres Novas é “estrutural” e “transversal” a todo o país e que acontece porque o governo “não cuidou de ter forma de atrair os médicos para os locais onde é mais difícil estar”.
Para-a líder do BE, “há uma forma de resolver” o problema, tendo lembrado que “os médicos há muito tempo que o dizem”.
“É criar carreiras atrativas para os médicos se fixarem no Serviço Nacional de Saúde (SNS)” para que tenhamos um SNS com capacidade organizativa em todo o território, e não como acontece neste momento. O governo devia ouvir os profissionais”, concluiu.
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