“Os jornalistas estão a pagar um preço elevado na cobertura do conflito no Médio Oriente. Três foram mortos hoje num ataque das Forças de Defesa de Israel no Líbano, quase 130 das vítimas do último ano em Gaza”, condenou o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, numa mensagem na rede social X (antigo Twitter).
“Condenamos esta situação”, adiantou o responsável, vincando que “a liberdade e o acesso à imprensa devem ser garantidos e os jornalistas devem ser protegidos, sempre”.
A posição surge no dia em que o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgou que pelo menos 128 jornalistas foram, este ano, mortos na guerra de Israel contra o Hamas e na ofensiva israelita contra o Hezbollah, além de 69 repórteres feitos prisioneiros.
Os últimos dados disponibilizados pelo Comité, atualizados até 17 de outubro, estimam o número de jornalistas mortos nos conflitos em 128 e que outros 69 foram feitos prisioneiros.
Hoje, foram contabilizadas mais três mortes entre repórteres que cobrem os conflitos na região, tornando-se o cenário de guerra em que morreram mais jornalistas num ano.
Os três jornalistas cobriam a ofensiva israelita no Líbano e morreram num alegado atentado bombista do exército israelita contra a sua residência na cidade libanesa de Hasbaya, no sul do país, segundo a televisão Al-Jazeera e a agência de notícias nacional do Líbano.
De acordo com o CPJ, sediado em Nova Iorque, só em Gaza foram mortos mais jornalistas no decurso de um ano do que em qualquer outro conflito documentado.
Alguns dos jornalistas foram mortos enquanto usavam coletes de imprensa, incluindo três dos cinco que foram atacados diretamente pelas Forças de Defesa de Israel, observou o CPJ.
“Um número recorde de jornalistas palestinianos foi também detido. As autoridades israelitas têm agora o recorde mundial de detenção do maior número de jornalistas ‘per capita’ num período de um ano, muitos dos quais foram detidos sem acusação”, sublinham.
Segundo a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), só na Palestina existem 24 casos documentados de jornalistas detidos, desaparecidos ou mortos no último ano.
Esta organização recolhe também informações sobre os numerosos jornalistas mortos no exercício da sua profissão, principalmente na Faixa de Gaza, mas também no Líbano e em Israel, e acrescenta dados pessoais e as circunstâncias das suas mortes, sem quantificar um total.
Recolhe também dados sobre repórteres e trabalhadores dos meios de comunicação social que foram vítimas do conflito nos outros territórios afetados pelo conflito: Líbano, Cisjordânia e o próprio território israelita.
Comentários