O antigo editor de assuntos internacionais do diário britânico considera que a candidatura de Bolsonaro beneficiou de um fenómeno eleitoral, "uma preferência entre os eleitores por um 'outsider' político ou um 'disruptor' dissidente que desafia o 'status quo'".
Tisdall faz paralelos não só às circunstâncias da eleição de Donald Trump nos EUA ou de Andres Manuel Lopez Obrador no México, mas também, ao nível dos temas de campanha, com Rodrigo Duterte, nas Filipinas.
As promessas de restabelecer a lei e ordem e erradicar a corrupção ecoaram junto de um eleitorado desgastado pela insegurança, crise económica e insatisfeito com o fracasso dos governos anteriores e que não foi afetado pela ditadura do século XX, refere.
"Ansiosos por acreditar nas suas pretensões de estar do lado deles, muitos eleitores alienados também ignoraram, ou perdoaram, as visões misóginas e homofóbicas de Bolsonaro, a sua inclinação por soluções violentas", vincou Tisdall, no artigo publicado na página eletrónica do The Guardian.
O artigo de opinião é o único publicado esta manhã na imprensa britânica a propósito das eleições presidenciais no Brasil, cujos resultados ocupam sobretudo as páginas interiores das edições impressas dos jornais britânicos.
O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito no domingo Presidente da República Federativa do Brasil, vencendo a segunda volta das presidenciais, com 55,1% dos votos, enquanto Fernando Haddad (PT, esquerda), não foi além de 44,9%.
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