Segundo informações da assessoria de comunicação da Polícia Federal em Salvador, cidade onde o caso ocorreu, nenhum passageiro ou tripulante da aeronave foi detido ou está impedido de sair do país.

"Foram ouvidos até agora somente a tripulação, os pilotos e aeromoça, e o pessoal do hangar do aeroporto", disse a assessoria de comunicação.

Entre os passageiros do voo está o advogado português João Loureiro, segundo a televisão portuguesa SIC. Outros meios de comunicação, como o Observador e o Jornal de Notícias, adiantam hoje que Lucas Veríssimo, defesa central que ontem se estreou como titular pelo Benfica, também constava da lista de passageiros que eram para ter apanhado o voo do aeroporto de Salvador da Baía para o aeródromo Municipal de Cascais.

O jogador, todavia, perante o adiamento do voo, apanhou outro avião para viajar para Portugal.

"Alguns [passageiros] já voltaram para a Europa [e] outros serão ouvidos hoje. Nenhuma pessoa foi presa", acrescentou a assesoria de comunicação da Polícia Federal. Questionada sobre o caso e quais os suspeitos, as autoridades brasileiras limitaram-se a referir que "os factos ainda estão sendo analisados".

"A investigação está em andamento, isso não está sendo informado em detalhes para não comprometer as investigações", completou a polícia.

O advogado e ex-presidente do Boavista João Loureiro disse à televisão portuguesa SIC que estava na lista de passageiros do jato privado que a Polícia Federal do Brasil intercetou com 500 quilos de cocaína em Salvador com destino ao aeródromo de Tires, em Cascais, Portugal, no dia 9 de fevereiro.

Já o Embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, disse à Lusa que "o assunto está em investigação pelas autoridades policiais brasileiras" e que a Embaixada de Portugal em Brasília não foi contactada pela polícia local.

Questionado se algum passageiro do voo procurou as autoridades portuguesas para pedir apoio, o diplomata explicou, sem dar maiores detalhes, que o piloto da aeronave contactou o Consulado de Portugal em Salvador.

"A única pessoa relacionada com este voo que contactou o Consulado, logo na altura [do facto], foi o comandante do avião. O comandante do avião pediu uma informação que lhe foi prestada. É o que eu posso dizer sobre o assunto. Todo o resto está a ser objeto de averiguações das autoridades policiais aqui do Brasil", concluiu.

Na semana passada, a Polícia Federal do Brasil apreendeu meia tonelada de cocaína escondida num avião particular que pretendia voar de Salvador para Portugal após o piloto da aeronave comunicar problemas nos comandos de voo da aeronave.
Mecânicos foram ao avião para verificar o problema, descobriram parte da droga e relataram à Polícia Federal.

"Com o apoio de especialistas criminais federais e cães treinados para detetar drogas da Polícia Civil, foram encontrados na aeronave outros esconderijos onde estava o resto da droga", informou a Polícia Federal em nota.

A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas.

Embora não tenha produção própria de cocaína, o Brasil é um importante intermediário nas rotas de embarque para a Europa da droga produzida nos países andinos.