“O Governo consigna ao Presidente José Mauro os agradecimentos pelos resultados alcançados em sua gestão, frente a Petrobras. O Brasil vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais”, lê-se no comunicado divulgado pelo Ministério de Minas e Energia do Brasil.
“Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos”, acrescentou.
José Mauro Coelho tinha assumido a presidência no dia 14 de abril, na sequência da aprovação do seu nome por parte do conselho de administração.
A troca acontece horas depois de o Presidente brasileiro ter criticado a redução de 30% do fornecimento à Petrobras de gás natural por parte da empresa estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
“A Bolívia cortou 30% do nosso gás para entregar para a Argentina. Como agiu a Petrobras nessa questão também? Parece que é tudo orquestrado. O gás, se tiver que comprar de outro local, é cinco vezes mais caro”, criticou.
10 dias antes, Jair Bolsonaro, já tinha substituído o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, poucos dias depois de criticá-lo publicamente por permitir que a petrolífera Petrobras anunciasse um novo aumento do preço dos combustíveis.
Durante os 40 dias que esteve ao comando da Petrobras, José Mauro Coelho foi constantemente criticado por Bolsonaro também devido ao aumento do preço dos combustíveis.
Jair Bolsonaro chamou aos elevados lucros da empresa estatal um “crime inadmissível” ou uma “violação”, por alegadamente decorrerem das subidas consecutivas do preço dos combustíveis no país.
José Mauro Coelho tinha sido o escolhido por Bolsonaro em resposta à insatisfação do chefe de Estado com o anterior presidente da companhia petrolífera estatal por repetidos reajustamentos de preços.
A Petrobras, que tem uma política de paridade de preços internacionais do petróleo bruto no mercado brasileiro, anunciou no início do mês um novo aumento do diesel, principal combustível utilizado por camiões no Brasil, num reajuste que pode pressionar ainda mais a inflação crescente, que já ultrapassou 12%.
A petrolífera brasileira Petrobras obteve um lucro de 44,6 mil milhões de reais (8,4 mil milhões de euros) no primeiro trimestre de 2022, um valor 38 vezes superior ao registado em igual período de 2021 e o mais alto do período da sua história.
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