Questionado pela Lusa sobre se o pedido oficial para a trasladação do coração do monarca já tinha sido feito pelo governo brasileiro ao Executivo português, George Prata respondeu: “Sim, já”.
Até agora, só existiam contactos preliminares com as autoridades locais guardiãs do coração, a Irmandade de Nossa Senhora da Lapa e a Câmara Municipal do Porto, como explicou o diplomata no início de maio em declarações à Lusa.
“Temos ainda uma expectativa de que o coração possa vir. Seria bom para a comemoração conjunta do Brasil e Portugal do bicentenário”, porque D. Pedro foi “uma personalidade importante para os dois lados”, frisou o embaixador.
Agora, o Brasil aguarda pelos resultados da avaliação técnica ao coração, que está a ser feita pela Faculdade de Medicina do Porto, acrescentou.
O rei D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV para Portugal foi o monarca que conduziu o Brasil, antiga colónia portuguesa, à independência e cujo corpo se encontra na cidade brasileira de São Paulo.
Segundo George Prata, que falou à Lusa, por telefone, a partir do Brasil, “todos [as autoridades portuguesas] tem manifestado muito boa vontade e estão prontos a examinar com muita atenção o pedido brasileiro”.
Mas, “a Irmandade [de Nossa Senhora da Lapa, no Porto, guardiã do coração] pediu uma avaliação técnica à Faculdade de Medicina do Porto para saber das verdadeiras condições do coração e se ele pode ser efetivamente trasladado temporariamente para o Brasil” sem sofrer danos, adiantou.
A preocupação tem a ver com o estado de conservação do coração do rei.
“Por isso, a irmandade pediu esse lado técnico. Agora, tem de se esperar o resultado desse lado técnico, para se saber se é possível o coração vir para o Brasil”, explicou.
O embaixador, aquando da sua visita a Portugal, em fevereiro último, fez os contactos nesse sentido com a Câmara Municipal do Porto e com a Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, guardiões do coração de D. Pedro, que se encontra na Igreja da Lapa, naquela cidade.
“O contacto foi feito por mim. Quando eu estive em Portugal, estive no Porto, visitei a Câmara Municipal e tive também uma reunião com representantes da irmandade de Nossa Senhora da Lapa”, adiantou.
Se a trasladação for possível, George Prata referiu que a ideia é que, “em primeiro, o coração vá para Brasília”, capital do país.
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