O encontro entre os dois responsáveis decorrerá na tarde de terça-feira, depois da realização da XI Conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A chegada de António Costa ao Palácio do Planalto, sede da Presidência brasileira, está prevista para as 14:55 (hora em Brasília, mais duas horas em Lisboa), seguindo-se uma cerimónia de boas-vindas, com honras militares.
A reunião de trabalho entre Costa e Temer inicia-se às 15:20 e, pelas 16:30, estão previstas declarações à imprensa.
Segundo uma nota da Presidência brasileira, durante o encontro serão discutidos temas da agenda bilateral, com destaque para as áreas de comércio e investimentos, ciência, tecnologia e inovação, bem como de promoção da língua portuguesa.
Os mandatários também passarão em revista temas das agendas regional e multilateral, em particular as negociações do Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia e a recente eleição de António Guterres para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas.
Sobre a reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, destacou à Lusa a importância de esta se realizar, após três anos de interrupção - estava prevista uma cimeira em 2015, mas não aconteceu, o que o governante justificou com a realização de eleições em Portugal e o processo de destituição da anterior Presidente brasileira, Dilma Rousseff.
Esta cimeira, indicou, permitirá aos chefes de executivo de Portugal e Brasil "terem uma oportunidade de fazerem uma passagem em revista sistemática das pastas da cooperação recíproca".
No ano passado, o volume de comércio bilateral alcançou 1,6 mil milhões de dólares. Cerca de 600 empresas portuguesas ou de capital português atuam no Brasil.
Hoje à noite, o Presidente brasileiro oferece um jantar oficial no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
As cimeiras entre Portugal e Brasil realizam-se desde 1991. A última decorreu em junho de 2013, em Lisboa, com a presença da anterior Presidente brasileira e do então primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Na ocasião, os dois países acordaram reforçar o combate ao crime organizado transnacional e promover a cooperação bilateral nos domínios da energia e dos recursos naturais.
Com Portugal sob intervenção da ‘troika', Dilma Rousseff destacou, então, as relações comerciais naquele "momento de crise" para os portugueses, apontando o intercâmbio significativo de empresários entre os dois países, e congratulou o país pelo regresso aos mercados.
Por outro lado, o intercâmbio académico foi referido como um dos aspetos mais "auspiciosos" do relacionamento entre Brasil e Portugal.
Além dos assuntos bilaterais, Passos Coelho e Dilma Rousseff abordaram temas internacionais, nomeadamente a crise política na Guiné-Bissau, instando as autoridades a preparar "eleições gerais livres, justas e transparentes", enquanto condenaram "de modo inequívoco toda a violência na Síria".
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