"Estamos preocupados, porque não é de todo desejável que o ‘Brexit' seja um processo litigioso. A agricultura tem uma forte componente exportadora hoje em dia e o Reino Unido é um dos principais mercados para o qual nos exportamos", afirmou Eduardo Oliveira e Sousa.
O presidente da CAP, que falava aos jornalistas em Castelo Branco, onde esteve reunido com agricultores e associações do setor, explica que há produtos que poderão não sofrer um grande impacto com um ‘Brexit' menos feliz, como os vinhos.
"Mas, para os produtos frescos, se não houver uma espécie de via verde, se o Reino Unido se transformar num país terceiro, daqueles em que é preciso parar na fronteira, fazer uma inspeção sanitária, esperar pelo veterinário, tudo vai ser impossível e isso é um enorme problema", sustenta.
Eduardo Oliveira e Sousa diz que, quer a União Europeia, quer o Reino Unido, estão conscientes deste problema, mas adianta que não se sabe o que é que vai acontecer.
O Reino Unido planeia retirar-se da UE a 29 de março, embora ainda não esteja claro em que termos, após o Parlamento britânico ter rejeitado o acordo negociado entre o Governo de Theresa May e o bloco europeu.
Agricultores defendem que é preciso olhar para a questão da água de uma forma estratégica
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defendeu também hoje que é preciso olhar para a questão da água de uma forma estratégica, de forma a fomentar o desenvolvimento e manutenção da atividade agrícola.
"Para colmatar e minimizar os efeitos negativos dessas alterações climáticas, a única certeza que temos neste momento é que precisamos de ter maior capacidade de retenção e de aproveitamento das águas. A única maneira que temos de poder manter a atividade agrícola nas regiões onde a chuva vai ser mais irregular é termos água armazenada para podermos regar culturas que até agora não eram regadas", explicou Eduardo Oliveira e Sousa.
Este responsável, que falava aos jornalistas em Castelo Branco, onde esteve reunido com agricultores e associações do setor, disse que culturas que eram tradicionais, como o olival ou o amendoal, atualmente, sobretudo nos novos projetos, é impensável fazê-los se não estiver associada água disponível.
"Isso obriga o Estado a ter que pensar em mais barragens, não obrigatoriamente gigantes. Mas, se não houver rega, não é possível pensar que as pessoas se vêm fixar" no interior, frisou.
O presidente da CAP sublinhou que "há um défice em termos de visão", mas adiantou que o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, também entende a situação da mesma forma que a CAP.
"Mas, ainda não conseguiu fazer valer este ponto de vista nos grandes objetivos do Governo, por exemplo, em termos de investimentos. Se for a ver o Programa Nacional de Investimentos 2030, onde estão os investimentos na rodovia, hospitais, entre outros, não está lá nada em termos de barragens para assegurar o desenvolvimento da atividade agrícola. Há, na nossa opinião necessidade de olhar para a questão da água de uma forma estratégica para o desenvolvimento e para a manutenção e da atividade agrícola", concluiu.
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