O secretário de Estado para Relações Europeias, David Frost, disse hoje na Câmara dos Lordes (câmara alta do Parlamento) que o diálogo “continuará no próximo ano”.

“Estamos no meio de uma negociação que continua a cobrir uma ampla gama de questões e não acho provável que concluamos esse diálogo este ano, infelizmente”, explicou Frost.

O representante britânico reuniu-se na quarta-feira por videoconferência com o vice-presidente da Comissão Europeia para as Relações Institucionais, Maros Sefcovic, e pretende fazê-lo novamente na sexta-feira.

Nos seus últimos contactos, registaram-se progressos “limitados” em termos de medidas para facilitar a passagem de medicamentos para a Irlanda do Norte, mas não foi alcançado um acordo definitivo a este respeito.

A União Europeia (UE), por sua vez, manifestou estar disposta a modificar a legislação comunitária para evitar atritos na circulação de medicamentos.

O diálogo, no entanto, permanece num impasse em questões fundamentais, como o papel do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJEU) na região britânica e a aplicação das leis de subsídios estatais.

O Reino Unido mantém sobre a mesa a ameaça de ativar a cláusula do Protocolo para a Irlanda do Norte, o tão falado artigo 16.º, que permite deixar de aplicar algumas das suas disposições se considerar que criam demasiados problemas socioeconómicos.

Porém, depois de inicialmente ter dado o mês de novembro como prazo para chegar a um entendimento, decidiu prolongar o diálogo, alegando preferir uma “solução negociada”.