A decisão foi adotada durante uma reunião do Governo para avaliar a necessidade de fornecer “prioridade operativa” a um possível Brexit sem acordo, na sequência da indecisão do parlamento britânico em aprovar o acordo negociado entre Londres e Bruxelas.
“Na sequência dos contínuos preparativos para [uma saída] sem acordo, um Governo responsável necessita assegurar que estamos preparados para essa opção, que não queremos que passe, e estar preparados no caso de suceder”, acrescentou.
“É por isso que o Governo concordou que a preparação para uma ausência de acordo será uma prioridade operativa dentro do Governo, mas a nossa prioridade geral será conseguir um compromisso”, explicou o ministro.
Steve Barclay acrescentou que o Governo vai emitir diretrizes a instituições e empresas, extensíveis a setores da população, sobre a forma como se devem preparar caso o Reino Unido abandone a UE a 29 de março de 2019 sem um texto ratificado.
A prioridade do Governo continua dirigida para a obtenção de um plano, mas necessitamos de admitir que, quando faltam 14 semanas [para o Brexit], um Governo responsável prepara-se para a eventualidade de sairmos sem acordo”, insistiu Barclay.
Na perspetiva de uma saída “desordenada” do país, o Ministério da Defesa britânico anunciou hoje que vai colocar 3.500 soldados “em alerta” e que serão colocados em diversos departamentos governamentais, incluindo em portos e aeroportos.
No decurso de uma intervenção na Câmara dos Comuns (parlamento), o ministro da Defesa, Gavin Williamson, precisou que o contingente vai incluir militares “regulares e da reserva”, preparados para as funções que foram consideradas necessárias.
O parlamento britânico deverá pronunciar-se sobre o acordo do Brexit, firmado entre o Governo da primeira-ministra conservadora Theresa May e os líderes da UE na semana que se inicia em 14 de janeiro, após a suspensão da votação em 11 de dezembro, perante uma eventual clara rejeição do acordo por muitos deputados conservadores e pela oposição.
May já anunciou que os líderes da UE se mostraram favoráveis em fornecer “esclarecimentos” sobre diversos aspetos do acordo que suscitaram dúvidas nos deputados, em particular as “garantias” para evitar uma fronteira física entre as duas Irlandas.
Essa “garantia” prevê que o Reino Unido permaneça na união aduaneira e que a Irlanda do Norte também permaneça à margem de certas normas do mercado único até ao estabelecimento de uma nova relação comercial entre as duas partes que deverá ser negociada no período de transição, entre 29 de março de 2019 e finais de 2020.
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