“Sou o novo presidente do PDR, com 75% dos votos. Venci esta eleição e espero agora corresponder à vontade dos militantes e às suas expectativas”, disse à Lusa o sucessor de Marinho e Pinto, Bruno Fialho, de 43 anos, advogado, empresário e chefe de cabine na companhia aérea açoriana SATA.
O responsável foi incapaz de esclarecer a quantos votos correspondeu a sua vitória eleitoral ou qual o universo de votantes.
“Já estava planeado que o dr. Marinho e Pinto abandonasse a vida partidária. Agora, porque os militantes consideraram que eu deveria concorrer, aceitei o repto, concorri e neste momento venci a eleição por números expressivos. Quero agradecer o apoio que o dr. Marinho e Pinto [me] deu desde o início da candidatura até hoje”, disse Bruno Fialho.
A intenção do novo líder do PDR é “tentar recolocar o PDR num lugar que já foi seu por direito”, pelo que se propõe “dinamizar o partido” e esperar pelo seu bom desempenho já nas próximas autárquicas. “Veremos o que vamos conseguir agora fazer, já que considero que Portugal precisa de um partido que pense primeiro nas pessoas e só depois em ideologias”, disse.
“Não considero admissível que um partido mais à esquerda ou mais à direita vote imediatamente contra uma solução ou uma ideia de um partido de outro quadrante político apenas porque existe uma diferença ideológica”, explicou.
“É muito mais saudável para uma sociedade se pudermos aceitar as nossas diferenças e pugnar pelas melhores soluções. As pessoas estão fartas desta discussão esquerda-direita, em que não são apresentadas as melhores soluções para o país”, concluiu.
“O PDR é um partido centro-progressista”, esclareceu, porém, quando instado a dizer então em que quadrante político se situa o partido cuja responsabilidade pelo destino próximo acaba de receber em mãos.
Quanto às causas a que se compromete dar voz, Bruno Fialho assumiu que as maiores foram ambas bandeiras amplamente agitadas nas últimas legislativas.
“A nossa primeira causa é a do aeroporto do Montijo. Somos contra essa solução e a favor de um aeroporto construído de raiz em Alcochete”. Já a “primeira causa nacional” que o partido defende, também proveniente das legislativas, é a da “criação de um salário digno, que não é o salário mínimo nacional”.
“Cada região deve ter o seu salário digno porque viver em Lisboa não tem o mesmo custo do que viver em Bragança”, disse. Interrogado sobre o montante do “salário digno” em Lisboa e em Bragança, o político escusou-se a apresentar os números.
“Iremos apresentar os números baseados em factos, porque queremos apresentar o custo de vida em Lisboa, onde, penso que todos concordamos, o salário mínimo não permite viver com dignidade”, disse.
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