“O anúncio desta decisão é verdadeiramente atentatório dos interesses da nossa população e absolutamente lesivo do território de Caldas da Rainha, com fortes impactos negativos de natureza económica e social”, considerou a presidência da Câmara das Caldas da Rainha num comunicado sobre a decisão de construir o novo hospital do Oeste no Bombarral, anunciada hoje pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
A decisão “não tem a concordância do município de Caldas da Rainha, vai contra o sentido e espírito de unidade de todas as forças políticas e movimentos da sociedade civil” pode ler-se no comunicado em que a câmara, liderada pelo movimento independente “Vamos Mudar”, responsabiliza o ministro por ir “contra os interesses do território, da identidade territorial e dos interesses dos cidadãos”.
A escolha do Bombarral para a construção do novo hospital do Oeste foi divulgada pelo governante no final de uma reunião com os 12 autarcas da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim), sedeada nas Caldas da Rainha.
No comunicado o presidente da autarquia das Caldas da Rainha, Vítor Marques, explica que além de discordar da decisão discorda também “da forma como foi comunicada” .
Segundo o autarca, o encontro com o ministro deveria ter sido uma reunião sobre o tema “Saúde no Oeste”. Porém, “ao invés do esperado, não foi realizada uma reunião aprofundada sobre o estado da Saúde no Oeste” mas sim uma reunião em que o Manuel Pizarro “criou condições para transmitir a sua decisão” quanto à localização futuro hospital, “apoiada no Relatório do Grupo de trabalho” nomeado pelo ministro.
O relatório que, segundo a Câmara, justificava “uma análise aprofundada”, apenas foi dado a conhecer aos presentes no início da reunião, situação a que a Vitor Marques reagiu agora com “espanto e rejeição”.
Tanto mais que, refere o comunicado, o ministro se teria “comprometido verbalmente e por escrito, a consultar, previamente, os municípios de Caldas da Rainha e de Óbidos antes de tomar qualquer decisão, facto que não se verificou”.
A Câmara reitera assim “todas as posições” que tinha defendido antes da decisão, defendendo que a localização do hospital deveria ser na confluência dos concelhos das Caldas da Rainha e de Óbidos e conclui o comunicado apelando a todas as forças políticas, aos movimentos da sociedade civil e à população em geral “para que não se resignem e continuem unidos na defesa dos interesses do concelho e em prol da Saúde na região Oeste”.
Também em comunicado a presidente da Câmara de Torres Vedras, Laura Rodrigues (PS), manifestou satisfação “por finalmente haver uma decisão sobre a localização do futuro hospital”.
“Esta era a localização apresentada no estudo da OesteCim e que salvaguarda os interesses dos torrienses e de todos os oestinos”, pode ler-se na nota em que a autarca adianta que “ ficou acordado com o ministro a manutenção da unidade hospitalar de Torres Vedras, e para tal “será criado um grupo de trabalho para determinar quais as valências que ficam nesta unidade”.
O novo hospital deverá substituir o atual Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
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