O Governo espanhol confirmou na semana passada o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón, na região de Salamanca, a cerca de dez quilómetros da fronteira com Portugal, explicando que a empresa promotora não tinha apresentado a documentação necessária para poder avançar com o projeto.
O autarca de Almeida, António José Machado (PSD), disse hoje à agência Lusa que a decisão "é uma boa notícia", porque tanto a autarquia como a população estavam "apreensivos" com a anunciada extração de urânio a céu aberto.
"Do limite da fronteira até ao local da extração eram menos de três quilómetros de distância. Agora, ficamos mais descansados", declarou.
António José Machado lembrou que Portugal está a selar as antigas minas de urânio. Por isso, o receio pela extração junto da fronteira era grande.
O responsável diz que o Município de Almeida vai continuar a acompanhar o evoluir da situação do processo de Alameda de Gardon e ficar atento, "porque a 40 quilómetros [de distância da linha da fronteira] ainda continua o projeto para extração de metais pesados".
A mina de Alameda de Gardón é um dos três empreendimentos mais avançados da empresa Barkeley, que tem um projeto de exploração de urânio a céu aberto que ocupa cerca de 450 hectares na região de Salamanca, Espanha.
A proximidade com a fronteira portuguesa tem preocupado associações ambientalistas, mas também deputados portugueses, tendo o parlamento aprovado várias recomendações a pedir a intervenção do Governo português junto do executivo espanhol para que o processo fosse travado.
Além do projeto de Alameda de Gardón, a empresa Barkeley tem também a mina de Retortillo, situada a cerca de 40 quilómetros da fronteira portuguesa.
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