Em reunião privada do executivo municipal, a proposta apresentada pela liderança PSD/CDS-PP foi aprovada com os votos a favor dos proponentes e do PCP, e os votos contra de PS, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), Livre e BE, segundo informação da câmara.
Segundo a proposta aprovada, o Programa de Mentorias de Lisboa será implementado nos próximos dois anos letivos, com a participação de 18 mentores a tempo inteiro, estimando abranger cerca de 2.000 alunos do 2º ciclo do ensino básico, em 14 escolas de Lisboa classificadas como Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), localizadas em áreas mais desfavorecidas.
Este programa será gerido em parceria pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) com a organização Teach for Portugal, representando “um investimento global de cerca de um milhão de euros, contando com financiamento de fundos europeus”.
O programa da Teach for Portugal é inspirado no modelo internacional “Teach for All”, que tem como propósito reduzir as desigualdades educativas e promover a igualdade de oportunidades, “colocando jovens profissionais talentosos para ensinar em escolas públicas que enfrentam maiores desafios”, realçou a CML.
Os principais objetivos do Programa de Mentorias de Lisboa são promover o sucesso escolar e combater a desigualdade educativa na cidade; potenciar a educação das crianças e jovens em risco de exclusão económica e social, em especial dos alunos em situação de abandono escolar precoce; e garantir apoio personalizado aos alunos provenientes de contextos desfavorecidos promovendo a ligação à escola e a motivação.
De acordo com dados da Teach for Portugal, projetos semelhantes realizados em Lisboa e noutras regiões do país, “no ano letivo 2022/2023, aceleraram a redução das negativas em 51%, 92% dos alunos afirmaram que o programa os ajudou a darem o seu melhor e 90 % dos professores garantiram que os mentores são uma mais-valia no processo de aprendizagem”.
“O Programa de Mentorias de Lisboa é uma relevante medida de inovação social na educação, cumprindo a nossa visão de um estado social local", afirmou o presidente da CML, Carlos Moedas (PSD), citado em comunicado, realçando o investimento do município na educação.
O autarca disse que, com este “programa inovador”, a câmara vai colocar mentores nas escolas para garantir um acompanhamento próximo e personalizado dos alunos mais desfavorecidos.
“Em Lisboa, não podemos permitir que as origens de uma criança limitem o seu futuro", defendeu Carlos Moedas.
Em comunicado, a vereação do Bloco de Esquerda (BE) justificou o voto contra este novo programa por considerar que o protocolo em causa com a Teach For Portugal “é uma duplicação de resposta face aos programas já existentes em escolas TEIP”.
“É importante sublinhar que o programa secundário para todos não foi avaliado e a proposta não foi acompanhada de um diagnóstico e não existem metas a alcançar”, apontou o BE, referindo que o documento aprovado não foi acompanhado de um diagnóstico sobre o insucesso e abandono escolar, assim como a indicação das metas a alcançar.
O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) - que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta -, três do PS, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.
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