A notícia avançada pelo jornal Público, e depois pela TSF, diz que a ideia para o evento partiu da vereadora Laurinda Alves, que enviou um email às juntas de freguesia do município a explicar o que se pretendia.
De acordo com a mensagem de correio eletrónica enviada, o evento consiste na realização de um “piquenique” e numa “caminhada/marcha” por algumas artérias da cidade, inserida no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, no dia 17 de outubro.
O programa prevê o referido almoço, em formato de piquenique, no Parque Eduardo VII, seguindo-se a marcha pela Avenida da Liberdade até à Rua Augusta, onde se dará o encerramento da iniciativa proposta pela vereadora responsável pelos Direitos Humanos e Sociais, pelouro que Laurinda Alves assume no seu mandato autárquico.
No email, a vereadora convida as juntas de freguesia, cuja colaboração será essencial para reunir as pessoas desalojadas e mais vulneráveis, dado o papel de proximidade que as juntas desempenham junto das respetivas comunidades.
"Gostaríamos de contar com a colaboração e a participação das Juntas de Freguesia. Assim, vimos por este meio solicitar a divulgação da iniciativa junto de pessoas em situação de vulnerabilidade social, acompanhadas nos projetos dinamizados pela Vossa Junta de Freguesia", refere o email publicado pela TSF.
A rádio jornal foi ouvir a opinião das freguesias e constatou que "mais de metade não vai alinhar no desfile". Para a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira, eleita pelo PS, "os mais vulneráveis devem ser protegidos e não expostos". A autarca considera que "este convite, tal como vem descrito no e-mail, expõe pessoas que devem ser protegidas por nós. Acima de tudo isto é um atentado à dignidade das pessoas", diz. Mais autarcas reagiram da mesma forma à TSF.
A organização do evento é da responsabilidade da Câmara em parceria com o Núcleo de Planeamento e Intervenção dos Sem-Abrigo de Lisboa e a Associação Impossible - Passionate Happenings, que garante a participação do Presidente da República, refere ainda o Público.
Aparentemente, não é a primeira vez que a vereadora lança iniciativas que geram alguma controvérsia. No último Rock In Rio, Laurinda Alves foi mencionada numa alegada "oferta de bilhetes a sem-abrigo", mas a ideia ficou pelo caminho, "tendo em conta os 'problemas de consumos' e o perigo de 'potenciar esse risco', refere ainda a TSF.
*Artigo corrigido às 20h47
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