“Vivemos tempos particularmente desafiantes no que diz respeito à concorrência de muita desinformação e até de vontade de manipulação de factos com interesses deliberados muitas das vezes para nos tentar confundir. Ora a Lusa, é exatamente o inverso disso mesmo", afirmou Pedro Duarte durante a apresentação do Anuário Lusa 2024.

No salão nobre da Câmara do Porto, o ministro considerou que a agência noticiosa é "o último reduto no que respeita a confiança na informação", sobretudo em tempos em que a comunicação social "atravessa uma crise estrutural".

"Há uma vulnerabilidade natural por força da crise a que todos os órgãos de comunicação social estão sujeitos e é por isso que hoje, mais do que nunca, faz sentido apostarmos num serviço publico de media", referiu.

Pedro Duarte destacou ainda o "trabalho de excelência" desenvolvido pela agência noticiosa, que, considerou, "não tem o reconhecimento público no país que merece".

Às dezenas de convidados que marcaram presença na apresentação do anuário, o ministro elogiou ainda o trabalho de “referência de qualidade, rigor e excelência" da agência que, "muitas vezes vai onde mais ninguém vai e onde ninguém está".

O ministro destacou também a necessidade de o setor público olhar para a comunicação social como um "elemento estratégico" para "garantir e preservar o regime democrático".

O Anuário Lusa 2024, que passa em revista os principais acontecimentos em Portugal e no mundo do último ano, retratados com mais de 200 fotografias num álbum integralmente a cores, foi apresentado hoje no Porto depois de uma primeira sessão em Lisboa a 13 de fevereiro.

Acompanhada da inauguração da exposição de fotografias dos fotojornalistas da agência noticiosa, a apresentação a Norte decorreu na Câmara Municipal do Porto, onde até 13 de março estará patente a exposição das fotografias que constituem o Anuário.

A obra é uma parceria entre a Lusa e a editora Livros Zigurate.

Numa versão bilingue, em português e inglês, o Anuário 2024 conta a história de 2024 em 167 páginas, 238 fotografias e uma dúzia de textos: das legislativas que alteraram profundamente a configuração do parlamento nacional, ao processo que levou à demissão do presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, passando pela histórica comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, com uma participação inédita de centenas de milhares de pessoas no desfile pela Avenida da Liberdade, e ainda a morte do opositor russo, Alexei Navalny, o devastador incêndio na Madeira, a morte de Odair Moniz ou a fuga dos detidos da prisão de Vale de Judeus.

No Anuário de 2024, um ano marcado por uma sucessão de eleições em todo o mundo, têm particular destaque as eleições legislativas de março em Portugal, que culminaram na vitória do PSD, que pôs fim a oito anos de governação socialista. Este acontecimento nacional é exibido na contracapa do anuário através de uma fotografia de Tiago Petinga.