A instalação de comportas contra enchentes e a construção de uma estação elevatória são algumas das medidas que constam num plano preventivo de cheias e que integram um despacho assinado hoje pelo presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais (independente).
Em declarações à agência Lusa, a vereadora com o pelouro da Proteção Civil na Câmara de Oeiras, Joana Batista, explicou que este plano “começou a ganhar forma” após as cheias de dezembro do ano passado que afetaram a baixa de Algés e provocaram a morte a uma pessoa.
“Nós temos duas zonas críticas na zona de Oeiras. Uma é Tercena, mas a obra vai iniciar-se em breve no que respeita ao redimensionamento da conduta de drenagem. No que respeita à ribeira de Algés, que é de facto a zona mais crítica do concelho e onde em dezembro aconteceram os maiores danos, designadamente a morte de uma pessoa”, apontou.
A autarca ressalvou que a intervenção “de fundo e definitiva passa pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que é redimensionar a ribeira de Algés”, mas que “enquanto isso não acontece” o município vai, durante este ano, avançar com várias medidas “de mitigação”.
Segundo Joana Batista, a autarquia já se disponibilizou para financiar metade do custo da obra de alargamento da ribeira de Algés, da responsabilidade da administração central.
Até à realização dessa intervenção de fundo, vão ser nove as medidas de prevenção que o executivo pretende levar a cabo, não existindo, para já, estimativa de custo.
Assim, está prevista a instalação de comportas contra enchentes, a colocar em todos os acessos habitacionais e de comércio, e a construção de uma estação elevatória, com sistema automático de bombagem, para escoamento das águas pluviais para a ribeira de Algés, a ser instalada na Rua Major Afonso Pala.
As medidas preventivas da Câmara Municipal de Oeiras preveem, igualmente, que seja criado um sistema de alerta, através de difusão eletrónica (telefones móveis) e outro sonoro, para os habitantes das zonas de risco de cheias de Algés.
A autarquia de Oeiras pretende também fazer “um levantamento exaustivo de munícipes em situação de vulnerabilidade” e passar a efetuar, anualmente, uma vistoria à ribeira de Algés, de forma a proceder, se necessário, a trabalhos de desassoreamento.
Pretende-se ainda dotar os Bombeiros de Algés e a Proteção Civil Municipal de sistemas de retenção e encaminhamento de águas e de bombas de extração de águas.
Ainda na zona de Algés está previsto para final de julho a conclusão das obras de construção de um parque de estacionamento provisório com capacidade para 200 viaturas que, segundo Joana Batista, será a curto prazo “uma importante infraestrutura de apoio à Jornada Mundial da Juventude (JMJ)”.
“Vamos ter uma grande afluência de pessoas, visitantes, e temos de servir com zonas de estacionamento. Portanto, estamos a fazer todos os esforços para que até ao final do mês de julho esteja concluído”, perspetivou.
No entanto, a autarca ressalvou que a importância desta infraestrutura não se esgota na JMJ, dada a localização de Algés.
“A construção deste parque é fundamental porque nós temos de levar as pessoas ao transporte. Estamos na área de influência da estação que é, talvez, a mais importante da área da Grande Lisboa. Não serve só Oeiras. Serve todos os concelhos vizinhos”, atestou.
Vários distritos do continente foram afetados por chuvas fortes entre o final de 2022 e o início deste ano, com grandes inundações, estragos em estradas, comércio e habitações, e dezenas de desalojados.
Em Algés foi registada uma morte.
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