A proposta, aprovada com os votos favoráveis da maioria CDU e dos partidos da oposição, PS e PSD, em sessão extraordinária da Câmara de Setúbal, foi elaborada sob a coordenação da Associação de Municípios de Setúbal (AMRS) e do Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), em articulação com a Comissão Nacional da UNESCO e o Comité Português para o Programa O Homem e a Biosfera.
Segundo revelou o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), a candidatura tem como objetivo conciliar os valores naturais com as atividades, identificando e integrando as atividades humanas na serra da Arrábida na zona de paisagem protegida, numa estratégia de desenvolvimento sustentável, salvaguardando os valores ambientais.
O documento, que irá ser formalmente apresentado às entidades competentes no dia 17 de junho, será sujeito à avaliação dos técnicos da UNESCO, prevendo-se que a resposta definitiva seja conhecida em setembro de 2025.
Antes da votação, a vereadora social-democrata Rute Perdigão reconheceu a importância da iniciativa, mas manifestou preocupação com a possibilidade de o ICNF, para acautelar a preservação da serra, poder inviabilizar muitas das ações previstas no plano de ação da candidatura, para que a população possa “voltar à serra e voltar a usufruir daquele espaço”.
Em resposta à vereadora do PSD, André Martins lembrou que os municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra estão empenhados no projeto, dando como exemplo o trabalho já realizado para definir os percursos identificados no plano de ação.
Contudo, o autarca lembrou que grande parte dos terrenos do Parque Natural da Arrábida, ao contrário do que acontece noutras áreas protegidas, são propriedade privada, pelo que considerou ser necessário um diálogo permanente com os proprietários.
Em nota de imprensa, os vereadores do PS consideraram que a aprovação da candidatura “é um passo importante para a preservação e valorização do património natural da Arrábida – um local de valor excecional, não só pela sua beleza, mas também pela sua riqueza e biodiversidade –, o qual não se pode desassociar do património cultural, material e imaterial" do concelho e região.
“É fundamental promover o desenvolvimento sustentável do nosso território, estabelecendo a harmonia necessária entre o ser humano e meio ambiente”, lê-se na nota.
Os autarcas do PS salientaram ainda que a candidatura da Arrábida a Reserva da Biosfera, “aliado ao reconhecimento mundial que proporciona, é também um contributo imprescindível para a sensibilização das populações para esta temática", porque todos são responsáveis pela preservação da integridade dos habitats naturais e seus recursos.
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