“As atividades tradicionais, como a Queima do Grlo (feita pelos estudantes que estão a terminar o seu percurso académico), o baile de gala e o sarau académico, foram canceladas”, afirmou Daniel Azenha.
Segundo o dirigente, assim que o Governo implementou a situação de calamidade, a AAC viu que “não havia condições para realizar as atividades em segurança”.
“É com muita pena, mas temos de cancelar”, declarou Daniel Azenha.
Reconhecendo que “a Queima das Fitas é uma atividade que dá espaço financeiro para que a associação continue a trabalhar no resto do ano”, pelo que “é dinheiro que não se ganha”, o presidente da Direção-Geral da AAC salientou, contudo, que “a questão da saúde pública está em primeiro lugar”.
“E não há festa académica que esteja acima da saúde dos nossos colegas”, acrescentou.
As atividades da Queima das Fitas, cuja data não estava ainda definida, deveriam ocorrer no final deste mês e início de novembro.
“Em relação à Queima das Fitas, prevista para maio, não foi tomada nenhuma decisão, mas estamos a contar com a sua realização, desde que estejam reunidas as condições de saúde e segurança públicas”, referiu Daniel Azenha.
Numa publicação no domingo na rede social Facebook, a Comissão Organizadora da Queima das Fitas refere que, “apesar de todos os esforços” em “realizar e assinalar” esta festa neste mês, “infelizmente não se reúnem as condições de saúde pública necessárias”.
“Nesse sentido, é com muito pesar, mas, acima de tudo, com sentido de responsabilidade e consciência social, que comunicamos a toda a comunidade académica que a Queima das Fitas de Coimbra 2020 está oficialmente cancelada”, lê-se na publicação.
Os estudantes que já adquiriram o seu bilhete na venda promocional poderão reaver o valor na Secretaria da Queima das Fitas entre terça e sexta-feira, das 14:00 às 20:00, ou conservá-lo para a próxima edição, adianta a mensagem.
Em agosto, a organização já tinha anunciado que o cortejo da Queima das Fitas de Coimbra, previsto ocorrer este mês, tinha sido cancelado.
“Dadas as circunstâncias e pensando de forma realista, nem nos carros alegóricos nem na plateia seria possível garantir um distanciamento razoável”, disse na ocasião o secretário-geral da Queima das Fitas, Leandro Marques.
A Queima das Fitas tinha sido adiada de maio para outubro devido à pandemia, substituindo-se à Festa das Latas, o equivalente à receção ao caloiro.
Portugal está em situação de calamidade desde quinta-feira. Este é o nível máximo de intervenção previsto na Lei de Bases de Proteção Civil.
A resolução do Conselho de Ministros que determina esta situação de calamidade proíbe, entre outras medidas, cerimónias de receção a caloiros, que implicam ajuntamentos de estudantes, e impede universidades e politécnicos de realizarem festejos académicos ou atividades que não sejam de caráter letivo ou científico.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.198 pessoas dos 101.860 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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