“Parabéns ao Presidente eleito Muiz”, escreveu Solih na rede social X (antiga Twitter) após a divulgação pela comissão eleitoral dos resultados, que dão 54% dos votos a Muiz.
De acordo com resultados ainda não homologados, o atual Presidente Ibrahim Mohamed Solih recebeu 46% dos votos e Muiz venceu por mais de 18.000 votos, com 54%.
A eleição transformou-se num referendo virtual sobre qual a potência regional — Índia ou China — terá a maior influência na nação do arquipélago do Oceano Índico.
“O resultado de hoje é um reflexo do patriotismo do nosso povo. Um apelo a todos os nossos vizinhos e parceiros bilaterais para que respeitem plenamente a nossa independência e soberania”, disse Mohamed Shareef, um alto funcionário do partido de Muiz.
O arquipélago das Maldivas – composto por 1.192 ilhotas de coral espalhadas por cerca de 800 quilómetros, no Oceano Índico, – é uma meca do turismo de luxo e um destino de eleição para celebridades e milionários de todo o mundo.
O arquipélago ocupa também um lugar estratégico: está localizado numa das rotas marítimas mais movimentadas do mundo, numa área geográfica muito cobiçada.
O Presidente cessante, Ibrahim Mohamed Solih, procurou melhorar as relações tensas com o Governo indiano, tradicional aliado do arquipélago.
Por outro lado, o partido de Mohamed Muizzu entrou na órbita de Pequim durante o mandato presidencial de Abdulla Yameen (2013-2018) e defendeu sem reservas a generosidade financeira concedida por Pequim no âmbito da ambiciosa Nova Rotas da Seda, projeto chinês de investimento em infraestruturas nos países em desenvolvimento.
Enquanto estava no governo de Yameen, Muiz, 45 anos, atualmente presidente da Câmara de Malé, liderou um projeto de uma ponte, financiada pela China, que liga a capital ao principal aeroporto do país.
Na primeira volta das eleições presidenciais, Muiz tinha obtido 46,1% dos votos contra 39,1% a favor do Presidente Solih, de 61 anos, que não escondia o seu projeto de reforço de relações com a China.
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