O presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, alertou na quinta-feira que Portugal pode ter de devolver dinheiro à União Europeia por falta de execução das ajudas a projetos agrícolas.
Segundo o dirigente, “há um programa específico, o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) que tem uma carga administrativa muito grande e está a provocar atrasos no pagamento dessas ajudas aos agricultores, nomeadamente na instalação dos jovens, o pagamento às ajudas aos investimentos, os projetos como lhe chamam”.
O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural disse hoje aos jornalistas, à margem de uma visita à Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, onde acompanhou o primeiro-ministro, que “Portugal perdeu 20 milhões de euros, mas foi no final do mandato do Governo anterior”.
“Neste momento, as verbas comunitárias não estão perdidas. Antes pelo contrário. Portugal está nos primeiros lugares da melhor execução dos fundos comunitários. Já temos cerca de 51% de execução, 29 mil projetos aprovados e este programa só acaba daqui por cinco anos”, disse.
Capoulas Santos mostrou-se “muito perplexo” por verificar que a CAP, “quando o Governo anterior perdeu milhões [de euros] por não utilizar, ficou silenciosa e, agora, quando o Governo está com uma boa performance, e para um programa que só acaba daqui por cinco anos, já está preocupada com a eventualidade” de o país poder perder fundos comunitários.
O ministro da Agricultura assegurou que “isso não acontecerá” e lembrou que, como ministro, já encerrou um quadro comunitário que “não perdeu um cêntimo para Bruxelas”.
Sobre a posição da CAP, disse que não interpreta as declarações do seu dirigente “fora do contexto político que se avizinha”.
O presidente da CAP negou hoje que haja uma “guerra aberta” com o Ministério da Agricultura face aos projetos do PDR.
“Há muitos projetos pendentes [no PDR 2020]. Ontem, vinha uma notícia a dizer que há uma guerra aberta entre o Ministério da Agricultura e a CAP. É totalmente falso, não há guerra aberta nenhuma. Há aqui uma forma diferente de olhar para os números e os números são aquilo que são”, explicou Eduardo Oliveira e Sousa, em Castelo Branco, onde se deslocou para reunir com agricultores e associações do setor.
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