
“Que orgulho estar aqui convosco. (…) Vocês provaram que o Sporting é das maiores instituições de todo o mundo. O ‘mister’ Rui Borges, quando veio, disse logo: ‘quando faltar a inspiração, que não falte a atitude’, e é isso que vocês têm: atitude”, declarou.
Moedas demorou muito a começar a falar, dadas as vaias dos milhares de adeptos ‘leoninos’ na Praça do Município, e o autarca, de resto, pediu várias vezes para falar, sem sucesso.
A dado ponto, foi remetido ao silêncio por cânticos ‘leoninos’, impedindo o autarca de falar, e quando retomou a palavra, continuou a ser assobiado, prosseguindo o discurso por cima das vaias.
Mais tarde, o presidente do Sporting, Frederico Varandas, procurou respaldar Moedas quanto aos condicionamentos na festa, salientando a colaboração com a autarquia e as forças de segurança nos preparativos.
Moedas frisou “a atitude” como resumo da época, “mesmo quando tudo parecia impossível, quando as dúvidas se multiplicavam”. “Mesmo aí, nunca vos faltou atitude”, destacou, dirigindo-se aos jogadores.
Entre elogios individuais, numa “época que também foi paixão”, lembrou um sportinguista “apaixonado” chamado Morten Hjulmand, o capitão da equipa, a quem gabou a “grande liderança”.
“A tua liderança ajudou a equipa a superar, como Viktor Gyökeres superou os seus próprios recordes”, comentou.
O golo de Eduardo Quaresma ao Gil Vicente, outros golos determinantes na caminhada, bem como a memória de ‘glórias’ como Manuel Fernandes, Yazalde ou Peyroteo, a “paixão” de Nani pelo seu ex-clube, foram evocadas por um difícil discurso do edil, tal era o barulho da multidão que tinha diante de si.
O autarca entregou, depois, uma estatueta de Santo António ao dinamarquês, já uma tradição destas receções, recebendo a autarquia uma camisola que assinala o bicampeonato com o nome de Moedas.
“Como alguém disse, não há caminhos de flores que conduzam à glória. Esta equipa foi prova disso. Presidente, são o orgulho da cidade, do país”, rematou.

O elogio do capitão Hjulmand aos adeptos: "numa segunda-feira de trabalho estão todos aqui de novo"
"Estamos muito felizes por estar aqui de novo com os adeptos, festejar outra vez com eles", disse Nuno Santos, um dos jogadores que falou antes da receção na varanda da autarquia, perante milhares de adeptos na Praça do Município, e destacou a "época difícil" coroada, com o apoio "do 12.º jogador", os adeptos, com o título nacional.
"A nossa responsabilidade, depois das mudanças que tivemos, a nossa união e o nosso grupo foram muito importante para conseguirmos o campeonato", declarou.
Mais parco em palavras, o belga Zeno Debast salientou a "equipa fantástica" e estar "muito feliz" por a integrar e ter a oportunidade de festejar, no primeiro ano de 'leão' ao peito.
Por sua vez, o capitão Morten Hjulmand destacou a entrega dos adeptos, que "numa segunda-feira de trabalho estão todos aqui de novo", o que "significa muito" para o plantel que lidera.
"Apesar de termos tido alguns períodos com maus resultados e muitas lesões, ainda assim ganhámos jogos, pontos, e só tivemos duas derrotas na I Liga. Estou muito orgulhoso", notou.
Ainda assim, lembrou Nuno Santos, "ainda há mais uma final para conquistar", no caso a da Taça de Portugal, ante o rival Benfica, no domingo, que pode significar a sétima dobradinha dos 'verdes e brancos'.

O Sporting sagrou-se bicampeão no sábado, ao bater em casa o Vitória de Guimarães (2-0), na 34.ª e última jornada da I Liga, conquistando o título pela 21.ª vez no seu historial.
No Estádio José Alvalade, em Lisboa, os 'leões', que só dependiam de si para garantir o título, marcaram por Pedro Gonçalves, aos 55 minutos, com o sueco Viktor Gyökeres a ampliar o resultado aos 82, fazendo o 39.º golo da prova, da qual foi o melhor marcador.
A equipa de Rui Borges fechou a 91.ª edição do campeonato no primeiro lugar, com 82 pontos, e selou o terceiro título em cinco anos, seguindo-se, no domingo, a final da Taça de Portugal, frente ao Benfica, segundo da I Liga, com 80 pontos.
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