“Certo de interpretar os sentimentos dos fiéis de todo o mundo, dirijo um pensamento agradecido à memória de São João Paulo II, nestes dias objeto de ilações ofensivas e infundadas”, disse o chefe da Igreja Católica após a oração dominical “Regina Coeli”, que entre o Domingo de Páscoa e o Pentecostes substitui o tradicional “Angelus”.
Os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, receberam com um grande aplauso as suas palavras, que surgem no meio de uma forte polémica entre a família Orlandi e o Vaticano, após declarações do irmão da jovem desaparecida.
Pietro Orlandi deu a entender que o Papa João Paulo II costumava deixar o Vaticano à noite com alguns bispos para procurar jovens em Roma.
Orlandi, que sempre lutou para saber o destino da sua irmã, então com 15 anos, e que esta semana testemunhou pela primeira vez perante o procurador da Santa Sé, garantiu que dentro do Vaticano era sabido que João Paulo II saía muitas vezes com monsenhores polacos e que algumas pessoas dizem que “ele não ia propriamente abençoar casas”.
Pouco depois, o jornal oficial do Vaticano L’Osservatore Romano (propriedade do Dicastério para a Comunicação da Santa Sé) qualificou as acusações de Orlandi como uma “insanidade”, descrevendo-as como um “massacre mediático que entristece e fere o coração de milhões de crentes e não crentes”, num editorial do diretor da publicação, Andrea Tornielli.
Em causa está o desaparecimento, no centro de Roma, em junho de 1983, de Emanuela Orlandi, uma jovem cidadã do Vaticano, filha de um funcionário da Santa Sé e que vivia dentro dos muros do Vaticano.
O caso voltou a chamar a atenção após a estreia do documentário da plataforma Netflix, “Vatican Girl”.
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