"A Alemanha diz agora o que nós defendemos há muito no Unidos Podemos (Podemos e aliados): os países da UE devem parar de vender armas ao regime saudita", escreveu hoje o líder do Podemos, Pablo Iglesias, na sua conta na rede social Twitter.
O governo espanhol foi muito criticado em setembro passado por ter decidido manter a entrega de 400 bombas guiadas por laser à Arábia Saudita.
Esta decisão foi anunciada dias depois de Madrid ter indicado que poderia suspender essa entrega como consequência de um bombardeamento da coligação liderada pela Arábia Saudita no Iémen que matou dezenas de crianças.
Na passada quarta-feira, num debate no parlamento espanhol vários deputados “exigiram novamente ao primeiro-ministro [Pedro Sánchez]” que Espanha “respeitasse o mandato étnico e democrático”, recordou ainda Pablo Iglesias.
A pressão internacional sobre o reino saudita continua a aumentar, após o reconhecimento por parte da Arábia Saudita, no sábado, de que o jornalista Jamal Khashoggi foi morto no consulado após uma luta.
Durante vários dias, as autoridades sauditas tinham afirmado que Khashoggi saíra vivo das instalações.
Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 02 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca, e nunca mais foi visto.
O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que os pormenores do assassínio de Khashoggi serão revelados por completo numa intervenção que fará no parlamento na terça-feira.
As autoridades turcas têm sustentado que 15 sauditas que chegaram a Istambul em dois aviões no passado dia 2 de outubro estão ligados à morte de Khashoggi.
"Porque é que esses homens vieram cá? Porque é que 18 pessoas foram detidas?", perguntou o Presidente turco.
Riade indicou que cinco responsáveis foram despedidos e que 18 sauditas foram detidos na sequência de um inquérito a este caso.
O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) tem apenas 84 dos 350 deputados do Congresso dos Deputados, mas conseguiu formar Governo no início de junho último com o apoio do Unidos Podemos (67 deputados incluindo o Podemos) e de outras formações regionais mais pequenas.
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