O embaixador da Rússia em Dublin foi informado que “a acreditação de um membro da respetiva equipa com estatuto diplomático será retirada" e a "pessoa em questão terá de deixar” o país, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, Simon Coveney, num comunicado.
A Irlanda (país membro da União Europeia) junta-se assim à decisão concertada assumida na segunda-feira por vários países ocidentais, incluindo mais de metade dos Estados-membros da União Europeia (UE), de expulsar diplomatas russos em resposta ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da sua filha, Yulia, com um gás neurotóxico a 04 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra. Os dois permanecem hospitalizados, em estado crítico.
Esta resposta ocidental, que vai envolver a expulsão de mais de 100 funcionários russos, também conta com a participação dos Estados Unidos, Austrália, Canadá, Ucrânia, Albânia, Noruega e Macedónia.
Portugal informou na segunda-feira, através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que “toma boa nota das decisões” anunciadas por vários dos seus parceiros comunitários, afirmando ainda que “acredita que a concertação no quadro da União Europeia é o instrumento mais eficaz para responder à gravidade da situação presente”.
O Luxemburgo, outro Estado-membro da UE, anunciou hoje que não vai expulsar diplomatas russos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros luxemburguês, Jean Asselborn, indicou, em declarações ao diário local Wort, que “não punirá funcionários de Moscovo se não existir 100% de certezas que estão envolvidos em atividades ilegais, como espionagem”.
O jornal apontou que esta decisão se deve ao reduzido número de diplomatas russos no Luxemburgo, um dos países mais pequenos da UE, e a “falta de provas”, referindo, no entanto, que Jean Asselborn manifestou a solidariedade do país para com o Reino Unido.
O caso Skripal está a provocar uma grave crise diplomática entre a Rússia, o Reino Unido e os países ocidentais.
A 14 de março, Londres anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a atividade do British Council na Rússia.
A Rússia nega qualquer implicação no caso.
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