De acordo com Efe, cerca das 09:30 (08:30 em Lisboa), nas portas do pavilhão onde todas as assembleias de voto da cidade foram concentradas estavam cerca de 200 pessoas esperando para votar quando chegaram várias carrinhas da Guardia Civil. Perante a resistência, os agentes usaram os bastões para entrar no local e apreender o material eleitoral.
Após uma primeira tentativa em que foram impedidos de aceder, os agentes solicitaram reforços e tentaram uma segunda carga policial. Nessa ocasião, o presidente da Câmara, Josep Caparrós (ERC), chegou ao local e pediu às pessoas concentradas que se dispersassem e deixassem entrar os agentes no local, que apreenderam o material eleitoral.
Uma ambulância chegou ao lugar para assistir vários feridos e alguns manifestantes tinham sangue no rosto.
No exterior de uma assembleia de voto em Barcelona, a polícia antimotim disparou balas de borracha contra manifestantes, fazendo vários feridos. A polícia disparou quando tentava retirar manifestantes que impediam veículos da polícia nacional de partir após os agentes confiscarem urnas naquele local de voto.
Um fotógrafo da Associated Press testemunhou várias pessoas feridas durante os confrontos junto à escola Rius i Taule, onde alguns eleitores já tinham votado quando a polícia chegou.
Dia de grande tensão na Catalunha
Os catalães apoiantes da independência da região estão hoje a tentar votar num referendo suspenso no início do mês pelo Tribunal Constitucional espanhol e as autoridades de Madrid a tentarem impedir a realização da consulta popular com milhares de agentes da Polícia Nacional e Guardia Civil na rua.
Centenas de eleitores, na maioria pró-independência, começaram ainda de madrugada a formar filas em frente às escolas onde foram instaladas assembleias de voto – ocupadas há dois dias por populares que queriam garantir a votação de hoje - para evitar que estes fossem fechados pela polícia.
Os Mossos d’Esquadra (polícia catalã) fecharam dezenas de colégios eleitorais em toda a Catalunha, embora em alguns locais se tenham limitado a registar a concentração popular e saído sob aplausos da população.
Já a Polícia Nacional e a Guardía Civil protagonizaram momentos de tensão ao tentar impedir o referendo, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da ‘Generalitat', Carles Puigdemont, e detido vários manifestantes.
Os opositores à independência, que os estudos de opinião indicam serem maioritários, não participaram na campanha eleitoral nem irão votar, para não darem credibilidade a uma consulta que o Estado espanhol considera ser ilegal.
O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu no início de setembro, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo Parlamento e pelo Governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado para hoje.
Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.
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