A Catalunha, no nordeste de Espanha, teve hoje eleições autonómicas e sondagens divulgadas pelas televisões e outros meios de comunicação após o fecho das assembleias de voto atribuem entre 37 e 40 deputados ao Partido Socialista da Catalunha, de Salvador Illa, quando são necessários 68 para a maioria absoluta.

Já os três partidos independentistas que desde há 14 anos têm maioria no parlamento e se aliam para viabilizar sempre governos independentistas, mesmo quando nenhum deles é o mais votado, conseguirão entre 58 e 74 deputados, segundo as sondagens divulgadas pelas televisões públicas TVE e TV3 e pelo jornal El Periodico de Catalunya.

Trata-se da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, esquerda, atualmente à frente do governo regional), do Juntos pela Catalunha (JxCat, de direita) e da Candidatura de Unidade Popular (CUP, de esquerda).

Segundo as sondagens, o JxCat, do ex-presidente do governo regional Carles Puigdemont, elegerá entre 30 e 36 deputados; a ERC, de Pere Agaronès, conseguirá entre 21 e 27, e a CUP, de Laia Estrada, ficará com seis a nove.

Se os três partidos elegerem o máximo de deputados que lhes atribuem as sondagens conseguirão a maioria absoluta que poderia levar Puigdemont de novo ao poder, após mais de seis anos fora de Espanha, para escapar à justiça na sequência da declaração unilateral de independência de 2017.

Puigdemont apelou à unidade independentista durante a campanha, mas a ERC não se comprometeu com uma nova coligação, depois de desentendimentos no último ano e meio com o JxCat.

A ERC também não excluiu, nem se comprometeu com uma aliança com os socialistas, que Salvador Illa admitiu durante a campanha.

As sondagens divulgadas hoje às 20:00 (19:00 em Lisboa) também confirmam todas a entrada no parlamento catalão de um novo partido independentista, o Aliança Catalã, uma formação de extrema-direita que poderá eleger entre um e sete deputados, com os quais haveria mais certeza de uma “frente independentista” com maioria absoluta.

No entanto, durante a campanha, ERC, JxCat e CUP comprometeram-se, num documento escrito, a não negociar nem aceitar os votos de deputados da Aliança Catalã para chegarem ao governo, por ser de extrema-direita.

Se se confirmarem estes estudos, a Catalunha passa a ser o único parlamento em Espanha a ter dois partidos de extrema-direita representados – o outro é o Vox, que deverá manter os 11 deputados que já tinha.

Os estudos divulgados hoje não são sondagens feitas à boca das urnas durante este domingo, mas médias de sondagens elaboradas ao longo da última semana e, em alguns casos, uma mistura das duas coisas.

O parlamento catalão tem 135 deputados que estão atualmente distribuídos por oito partidos: Socialista (33), ERC (33), JxCat (32), Vox (11, extrema-direita), CUP (nove), Comuns Podemos (oito, esquerda), Cidadãos (seis, liberais) e PP (três, direita).

Segundo as sondagens, o Cidadãos vai desaparecer do parlamento, o PP aumentará o número de deputados, enquanto o Comuns Somar (ex-Comuns Podemos) e o Vox deverão manter grupos parlamentares semelhantes aos que têm atualmente.