"Chama-se a isto a estalinização da comunicação e também a antítese do que deve ser o sistema de ensino", declarou a deputada democrata-cristã, referindo-se ao facto de os dados sobre os resultados de exames e provas não terem sido disponibilizados no final do ano, no fim de uma interpelação parlamentar ao Governo.
Segundo a parlamentar centrista, "no fim do ano, tem sido habitual a publicação dos dados que permitem que a informação seja trabalhada e várias entidades façam os chamados ‘rankings' da educação", mas, "no fim de 2017, houve uma novidade - os dados ainda não foram publicados e foi publicado um documento que é, basicamente, opinião do Governo sobre estes dados".
"Ainda antes de termos a informação, já temos aqui, prontinha a consumir, a opinião que devemos ter sobre a informação. Se os alunos devem pensar pela sua própria cabeça, todos nós devemos pensar pela nossa cabeça. Muito obrigada ao Governo por me dizerem o que devo pensar, mas prefiro que me deem os dados e me deixem a mim tirar as conclusões que eles me permitem tirar", disse.
O ministro da Educação contrapôs que, "agora e não antes, todos os cidadãos têm acesso, à distância de um clique, aos resultados de cada escola nas provas e exames para todos os ciclos e vias de ensino e acesso aos dados finos".
"Nada melhor do que a realidade para desmentir quem a dispensa apenas para que o ruído que emite seja mais estridente. Esse ruído não sobrevive porque a realidade o desmente e todos a podem conhecer. Por isso alargámos o saudável princípio democrático da transparência e prestação de contas, ao contrário do que aqui foi dito", insistiu.
Cecília Meireles lembrou ainda várias propostas do CDS-PP para o setor da educação, desafiando o executivo a acolhê-las: estabilidade por seis anos nas políticas educativas, organização dos ciclos ensino em apenas dois e revisão do calendário escolar com um período de férias grandes menor e com pausas maiores ao longo do ano letivo.
"Fala numa estabilidade importante de seis anos. Recordam-se bem que, quando o anterior Governo [PSD/CDS-PP] entrou, o nome e o apelido do ministro [Nuno] Crato rimava com xis-acto porque os cortes com o passado eram absolutamente agudos", ironizou, criticando as alterações então introduzidas.
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