"Importa dar mais e melhores competências quer aos municípios, quer às áreas que já existem, sem criar novos cargos, sem criar novos ‘jobs for the boys'", afirmou Nuno Magalhães durante um almoço numa quinta vinícola em Palmela, no distrito de Setúbal, onde decorrem hoje e terça-feira as jornadas parlamentares do CDS.
O líder da bancada afirmou que os centristas estão "disponíveis para fazer uma descentralização neste pressuposto sério, pensando nas populações, nunca em rivalidades que não existem, nem nos partidos".
Nuno Magalhães contestou "o truque" da maioria de esquerda de fazer baixar a comissões parlamentares iniciativas legislativas, porque "não se entendem", e assegurou que, no caso da descentralização, o CDS vai, como noutros processos, "obrigar à votação".
"É altura de BE, PCP e PEV serem, como são, membros desta maioria não só à segunda, quarta e sexta, mas em cada um dos dias da semana", vincou.
Numa perspetiva de prestação de contas do ano parlamentar, Nuno Magalhães referiu-se também às quase 100 propostas apresentadas pelo CDS na discussão do Orçamento do Estado para 2018.
"Todas as propostas o PS chumbou, mesmo aquelas que o PS copiou. Se isto não é sectarismo, não sei o que será. Caiu a máscara ao doutor António Costa, caiu a máscara ao PS: não quer consensos", defendeu.
Ainda acerca da descentralização, Nuno Magalhães, que é eleito por Setúbal, defendeu uma boa afetação de recursos, que passa, argumentou, também por a riqueza gerada em determinado território nele possa permanecer.
"Estamos num distrito com dois concelhos, Setúbal e Palmela, que estão entre os cinco concelhos que mais riqueza dão ao país. Não é um bom exemplo de distribuição da riqueza que a riqueza criada em Palmela e Setúbal não fique em Setúbal", argumentou.
No dia em que entrou em vigor o novo horário na Autoeuropa, com trabalho ao sábado, o líder da bancada centrista falou contra a "luta de classes, a guerra pela guerra".
A captação de investimento e a importância do diálogo social são temas que os convidados do CDS nestas jornadas vão desenvolver ao longo da tarde, começando com o orador no almoço, o antigo diretor da Siemens Portugal, Carlos Melo Ribeiro, e prosseguindo com um debate com o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, e o presidente da Associação Empresarial de Portugal, António Saraiva.
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