Em comunicado, a CDU condena hoje “veemente” a decisão do executivo liderado pelo independente Rui Moreira.
“O executivo de Rui Moreira decidiu, nas costas de todos, bloquear o acesso a centenas de pessoas, na maioria músicos, artistas e comerciantes ao seu local de trabalho, procurando assim, promover a sua expulsão do local”, afirma.
Mais de uma centena de lojas do Centro Comercial Stop foram hoje seladas pela Polícia Municipal “por falta de licenças de utilização para funcionamento”, justificou a Câmara Municipal do Porto.
Para a CDU, a Câmara do Porto optou por “dar um passo em frente no agravamento da situação” que já existia no Stop quando poderia ter criado “as condições necessárias para centenas e centenas de trabalhadores, comerciantes e músicos desenvolverem a sua vida”.
“A CDU não aceita este passo e exige que a Câmara reverta esta situação e trabalhe para encontrar alternativas viáveis à permanência de músicos, artistas e comerciantes neste local”, salienta.
O partido defende que “outro rumo era possível” para o Stop e que uma das soluções poderia ter passado pela tomada de posse administrativa do espaço por parte da Câmara do Porto ou o Ministério da Cultura “para garantir a realização de obras mínimas” e assim garantir condições de segurança e conforto.
A CDU considera ainda “urgente” a intervenção do Ministério da Cultura nesta situação, uma vez que o espaço cultural “constitui uma mais-valia para o Porto e o país”.
“O Porto não pode perder um espaço com estas características, quer pelo impacto negativo que isso teria na vida das pessoas que o utilizam, quer pela machadada que tal representaria na vida cultural da cidade e da região”, acrescenta.
Centenas de músicos do centro comercial Stop ocuparam hoje a Rua do Heroísmo e obrigaram a polícia a desviar o trânsito automóvel para outras artérias da cidade.
Reunidos em plenário esta tarde, os músicos do Stop decidiram por aclamação convocar uma manifestação para segunda-feira, dia de reunião do executivo municipal, pelas 14:00.
A manifestação irá partir do centro comercial e tem como destino a Câmara Municipal do Porto.
O centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas. A Lusa tentou obter uma reação da Câmara do Porto mas a autarquia não quis reagir.
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