“A linha de 750 quilovolts reparada está a alimentar a maior central nuclear da Europa (…) com a eletricidade necessária para garantir o arrefecimento dos reatores e outras funções de segurança”, anunciou a AIEA num comunicado.
Desde que foi desligada da rede elétrica do país, a central, alvo de bombardeamentos nas últimas semanas, de que russos e ucranianos se acusam mutuamente, e cujos reatores foram parados, só contava com uma fonte de alimentação – a central térmica – para assegurar o arrefecimento das suas instalações. O risco era que essa fonte de alimentação fosse também cortada.
Situada no sul da Ucrânia, sobre o rio Dniepr, a central passou para o controlo das forças russas em março e os bombardeamentos das suas instalações fizeram temer uma catástrofe nuclear.
Uma equipa de especialistas da AIEA, agência nuclear especializada da ONU, conseguiu lá deslocar-se no início de setembro, fazendo cerca de 120 quilómetros por estrada no meio de fogo cruzado, e dois dos seus elementos ficaram lá para manterem uma vigilância permanente às suas condições de funcionamento.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 206.º dia, 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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