Segundo os médicos, "como qualquer paciente de 88 anos, o Papa é um paciente frágil". Até agora, "quis sempre que a verdade sobre a sua saúde fosse dita".

"Se a pergunta é: o Papa está fora de perigo? Não, ainda não. Mas a vida dele está em perigo agora? A resposta, mais uma vez, é não", avançaram os médicos, que adiantam que o coração de Francisco "está perfeito" e que o pontífice mantém a boa disposição.

"Sentimos que era apropriado partilhar o que aconteceu com o Santo Padre, como ele está e o que esperamos", avançaram.

Ainda no Vaticano, na Casa de Santa Marta, o pontífice começou com o tratamento apropriado para os sintomas que tinha na altura. "Ao contrário das outras pessoas de 88 anos do mundo, o Papa não fica em casa no sofá, mas governa a Igreja: e o esforço que lhe é pedido é diferente do de todos os outros".

Esta tarde, o Papa "saiu há alguns minutos da sala para ir rezar à capela. A cabeça dele é a de um homem de cinquenta anos: mas a sensação que se tem, quando se está sem fôlego, não é agradável".

Quanto à possibilidade de alta, os médicos frisaram que Francisco vai ficar no hospital "o tempo necessário para poder regressar em segurança a Santa Marta".

"Não o vamos mandar para lá agora, até porque se o mandarmos para lá ele volta a trabalhar como antes... vamos mantê-lo aqui pelo menos durante toda a próxima semana. Mas, neste momento, não temos nenhuma referência sobre quando é que pode ter alta", explicam.

O Papa Francisco foi internado no hospital Gemelli, em Roma, na passada sexta-feira devido a uma bronquite, mas só na terça-feira é que o Vaticano revelou que desenvolvera uma pneumonia bilateral.

A hospitalização do chefe de Estado do Vaticano, a quarta desde 2021, está a causar preocupação, uma vez que o Papa já se encontra debilitado por uma série de problemas de saúde nos últimos anos, que vão desde operações ao cólon e ao abdómen a dificuldades de locomoção.

As preocupações no Vaticano agravaram-se com a difusão de informações falsas nas redes sociais, nomeadamente no X, que se referiam erradamente à morte do Papa.

"Que perda de tempo", lamentou o cardeal espanhol Juan José Omella, que garante que o Papa está "muito melhor".

"O importante é saber como é que ele reage à medicação. Penso que há esperança", disse o cardeal Omella aos jornalistas.

Até ao momento, não foi fornecida qualquer indicação sobre a duração do internamento, e o Vaticano não disse se Francisco, que não é visto em público desde o dia 14 de fevereiro, vai poder presidir à oração semanal no próximo domingo.

Por outro lado, o estado de saúde do Papa - líder espiritual de 1,3 mil milhões de católicos e chefe de Estado do Vaticano -, reacendeu a especulação sobre a capacidade de Francisco para desempenhar as funções religiosas e políticas e a possibilidade de resignação.