“O que nos interessa é medir o efeito nas aprendizagens. E o efeito é tão mais grave quanto o número de disciplinas”, tentou explicar Fernando Alexandre.
Numa conferência de imprensa em que fez o balanço do impacto das medidas no âmbito do plano ‘+Aulas +Sucesso’, o ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI) afirmou que à data de 20 de novembro havia 2.338 alunos sem aulas a uma disciplina.
Este número compara com os 20.887 alunos na mesma situação durante todo o 1.º período do ano letivo passado, o que significa uma redução de cerca de 89% do número de alunos sem aulas, aproximando-se da meta fixada no inicio do mandato do Governo da AD.
Os dados da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) não contabilizam, no entanto, o número real de alunos sem professor a pelo menos uma disciplina, somando o número de disciplinas a que o aluno está sem aulas.
Por exemplo, se um aluno não tiver professor atribuído a Português, História e Matemática, esse estudante é contabilizado três vezes, o que significa que o número 2.388 pode corresponder a menos de dois mil alunos.
“Para medir o custo nas aprendizagens, tenho de ter em atenção o número das disciplinas”, sublinhou, esclarecendo que o executivo está a trabalhar numa forma de melhorar esta contabilização.
Questionado sobre se é possível saber quantos alunos estão realmente sem aulas a pelo menos uma disciplina, o ministro da Educação explicou que o sistema de informação não permite fazer essa análise.
E nunca permitiu, acrescentou o governante, para assegurar que a comparação com o número de referência do 1.º período do ano letivo passado (20.887) assenta nos mesmos critérios.
Fernando Alexandre rejeita, por isso, a acusação feita hoje pelo PS, que diz que o executivo está a comparar realidades distintas entre 2023 e o presente que não são comparáveis, uma acusação que já tinha sido feita pelo ex-ministro da Educação João Costa em setembro.
“Os dados do PS não são dos serviços”, afirmou Fernando Alexandre, que devolve a acusação de manipulação dos números ao afirmar que os números apresentados pelos socialistas “são calculados a partir dos dados” da DGEstE, com base em critérios que o ministro diz não compreender.
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